Opinião – Chega do politicamente correto. Isso não é arte, nem aqui, nem na China

09/06/2016 16:52

Para os relativistas a arte é subjetiva e livre, então me reservo o direito de criticar, traduzir e repudiar aquilo que chamam de arte, quando nem de longe seria.

A sociedade ocidental fundamenta-se na cosmovisão judaico-cristã, que nos legou o conceito de liberdade individual, condicionada esta à responsabilidade, respeito à ordem e às consequências das escolhas dos indivíduos. Em suma, a liberdade ordenada.

Cito as palavras do apóstolo Paulo para servir de reflexão e base inicial deste artigo: “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm”.

No mundo do livre mercado, nós consumidores temos a oportunidade de demonstrar a insatisfação ou satisfação com um fornecedor, produto, serviço ou estrutura, bem como cada empresa tem a possibilidade e a oportunidade de conhecer o perfil de seus clientes.

O Goiabeiras Shopping, o mais antigo e tradicional da capital mato-grossense, o shopping das primeiras escadas rolantes de Cuiabá, tão antigas e, ainda “conservadas” nos deu um presente muito triste.

Nos últimos dias, aquele sentimento de carinho e tranquilidade se transformou em preocupação com o que chamamos de engenharia social; vê-se que a “conservação” já não está mais na pauta do estabelecimento: “a equipe de marketing aderiu ao marxismo cultural, a administração do shopping se deixou levar por questões ideológicas e se esqueceu das famílias, dos idosos, das crianças, dos cristãos que transitam pelos corredores de seu espaço comercial”.

Refiro-me à exposição descabida e escandalosa de fotografias com modelos literalmente nuas. A exposição pornográfica está exposta de tal forma que não é permitido qualquer escolha de quem passe pelo corredor, pois há uma imposição da exposição, de um cenário que remete subjetivamente, sob olhar mais atento, à prostituição, à libertinagem sexual, e até mesmo ao ocultismo, pela junção macabra de mulheres explicitamente nuas, com cornos de animais mortos. A imposição (exposição) é patrocinada por nós contribuintes, por intermédio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e da Prefeitura de Cuiabá, com apoio do Goiabeiras Shopping, KessBier, Anaconda Turismo e Pousada Bom Jardim.

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Para os relativistas a arte é subjetiva e livre, então me reservo o direito de criticar, traduzir e repudiar aquilo que chamam de arte.

A loucura do marxismo cultural ganha espaço em nossa sociedade; o objetivo é chocar para que no futuro o relativismo se torne a regra de nossa cultura. Pasmem, estão quase conseguindo. No mês de maio foi amplamente divulgado que um “óculos” esquecido em um museu nos Estados Unidos foi confundido com “arte”, isso mesmo, “arte”. Mas “arte” de que? Para que? Para quem? Alguns fotógrafos tiraram fotos destes “óculos”; isso é arte?

As mulheres foram usadas, nesta exposição cuiabana, como um objeto. Nada foi declarado pelas feministas histéricas. Os grupos ideológicos em defesa das mulheres não mencionaram que esta exposição poderia desvalorizar a figura feminina. Será que alguma mulher, cliente do Goiabeiras, não se sentiu ofendida? Afinal, será que todas as mulheres ao lado de seus esposos, noivos e namorados, ao transitarem pelo local, não se sentiram constrangidas? E isso em plena semana dos namorados! O objetivo foi agredir a consciência moral; seu pretexto: chamar aquilo de arte e cultura.

Recomendo aos responsáveis pela tal exposição pesquisar a respeito da “Pietà”, esculpida em mármore por Michelangelo no ano de 1499. Sim, senhores, uma obra com o mais alto nível de excelência, revelou-se capaz de inspirar homens e mulheres ao longo dos séculos e de possibilitar o aprimoramento do mundo da arte.

Estamos em uma pós-modernidade que sabe produzir pornografia, seja em apresentações onde atores introduzem seus dedos no ânus uns dos outros, um óculos perdido no chão, um borrão de mãos sujas em uma tela. E tudo isso deve ser compreendido como arte, dizem os supostos entendidos. “Ai” de alguém que não compreender a profundidade da “manifestação artística”, tão logo será enquadrado como ignorante ultrapassado e insensível, alguém que não possui “status de intelectual”, incapaz, portanto, de compreender o pseudo artista.

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Vemos a arte ser substituída pelo bobo, inútil e ofensivo. Será que vamos aceitar o papel no conto “A roupa nova do imperador”, publicado em 1837 pelo dinamarquês Hans Christian Andersen?

Os impressionistas e relativistas nos incutiram uma frase ridícula que legitimou a corrosão dos fundamentos da arte clássica de excelência — e da alta cultura, por decorrência —; não por outra razão assistimos a um verdadeiro declínio no mundo da arte: “a beleza está nos olhos de quem vê”. A frase pegou e agora uma rocha bruta inútil pesando 340 toneladas é exposta como arte em um dos museus mais importantes do planeta.

Além da degradação estética da arte ao longo das décadas, agora inoculam uma dose cavalar de vulgaridade. A culpa não é somente do “artista”, diga-se de passagem, mas da comunidade artística, de quem aceita ceder seu espaço para este tipo de exposição, de patrocinadores, de críticos de arte e de todos os que se omitem.

Algum destes envolvidos teria coragem de questionar a sociedade, o povo da nossa terra, os patriarcas e as matriarcas da “cuiabania” sobre nossa cultura, a verdadeira cultura cuiabana? Será que a exposição reflete o agronegócio, a água, o caju, o peixe, as famílias cuiabanas? Estão jogando “roleta-russa” com a sociedade. Aceitar este tipo de ataque tende a ampliar o alcance das agressões.

Façamos a nossa parte. Olhemos orientados pela verdade para aquilo que chamarem de arte; e se não for arte, devemos atribuir o nome devido às coisas pelo que são, e não pelo que alguns querem fazer parecer que é. Em determinadas exposições, obras que não forem vendidas, em pouco tempo sumirão das galerias e corredores. A matemática é mais simples do que possa parecer. Do mesmo modo que ao ouvir uma bela letra, melodia e afinada voz, instantaneamente aplaudimos, por outro lado devemos ignorar as demais produções que não tenham sentido e/ou sejam de péssimo gosto.

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Ninguém deve aceitar a imposição de conceitos, a partir de argumentos de autoridade, de uma superioridade intelectual que, de fato, não passa de ficção de quinta categoria. Devemos ser rigorosos com tudo o que é produzido no campo da estética. Restarão, assim, como dignas de consideração, apenas as genuínas obras de arte, que valorizam os padrões clássicos.

Chega do politicamente correto, chega do efeito manada.

 

Por Aroldo Teles, pastor na Igreja Evangélica do Avivamentono
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