Mercados em queda pelo pessimismo globalizado

10/06/2016 13:14

Pessimismo globalizado derruba mercados. Ibovespa, acompanhando as bolsas internacionais, segue recuando. Dólar em alta era cotado até as 11h em R$ 3,42

A correção nos mercados globais prossegue nesta sexta-feira (10) abatendo o principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo. As perdas são generalizadas nas bolsas internacionais e commodities, enquanto investidores compram dólares em busca de refúgio em ativos considerados mais seguros como títulos de dívida dos Estados Unidos.

O pessimismo dos investidores após uma sequência de ganhos reflete certa cautela após dados fracos da China e diante de reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na próxima semana e referendo no Reino Unido sobre saída da União Europeia no dia 23 de junho.

No âmbito político, depois de receber 200 empresários nesta semana, Michel Temer se encontra hoje com 80 integrantes de centrais sindicais em meio às pressões sobre as propostas de mudança para estabilizar a dívida pública, como a reforma da Previdência e o teto de gastos.

Na proposta de criação de um limite dos gastos públicos ainda não está definido o prazo de duração. Enquanto ministros defendem um tempo de três a cinco anos, membros da equipe econômica preferem que ele seja válido até que a trajetória da dívida caia. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Por volta de 10h20, o Ibovespa perdia 1,42%, aos 50.440 pontos. Na Europa, o índice alemão Dax recuava mais de 2%; os índices em Wall Street também sofriam desvalorização.

No mercado de câmbio, em linha com a tendência global, o dólar à vista subia 0,74% frente ao real, cotado a R$ 3,4241.

Após seis quedas seguidas, a moeda subiu na quinta-feira (9) e retomou a faixa de R$ 3,40. Operadores ainda apontam para tendência de queda no curto prazo. Além do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, ter deixado claro que irá respeitar o tripé macroeconômico, leia-se o câmbio flutuante, agentes preveem o ingresso de dólares diante de captações de recursos no exterior.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, com a melhora na avaliação de risco do país, em apenas um mês, companhias como Petrobras, Marfrig, Vale, Eldorado e Cosan captaram R$ 9,6 bilhões em bônus.

Para o banco Nomura, contudo, o BC precisará voltar a comprar a moeda norte-americana em breve. Os economistas entendem que “a probabilidade de retornar à compra de dólares ainda é latente devido ao estoque remanescente de swaps vendidos nos últimos anos”.

 

Por Weruska Goeking e Gustavo Kahil, jornalistas e especialistas de mercado