Definição sobre o déficit fiscal 2017 sai hoje

05/07/2016 09:03

Governo vai bater martelo sobre déficit fiscal de 2017 hoje. Equipe econômica defende rombo R$ 20 bilhões menor do que os R$ 170,5 bilhões anunciado antes

O governo federal pretende definir nesta terça-feira o déficit fiscal para 2017, que deve se situar entre o rombo de 170,5 bilhões de reais deste ano e um déficit 150 bilhões de reais, valor defendido pela equipe econômica, disse nesta segunda-feira uma alta fonte do governo.

“Minha posição é que se mantivermos os mesmos 170 (bilhões de reais) já é suficiente. Crescimento zero. Mas o governo trabalha para reduzir um pouco”, disse a fonte.

Em 2015, o déficit foi de 116,65 bilhões de reais e a previsão do governo da presidente afastada Dilma Rousseff era que as contas públicas fechassem este ano com um déficit primário um pouco superior a 96 bilhões de reais. Mas uma das primeiras medidas do governo do presidente interino Michel Temer foi recalculou a meta para 170,5 bilhões de reais.

“Estava havendo um crescimento exponencial. Se tiver um crescimento zero é um avanço”, disse a fonte.

Temer se reuniu nesta segunda-feira com o ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e o interino do Planejamento (interino), Dyogo Oliveira, além dos ministros palacianos Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, para uma discussão prévia para o encontro do comitê econômico, que inclui ainda outros seis ministérios.

De acordo com a fonte, uma redução de 20 bilhões de reais no déficit, como defende a equipe econômica, seria muito grande em um cenário ainda de crise e redução de receitas, mas o valor ainda está em negociação.

Meirelles disse na semana passada que o resultado fiscal do próximo ano ainda será negativo e superior a 100 bilhões de reais, mas que teria uma “trajetória declinante”.

No entanto, as despesas do governo não devem cair significativamente no ano que vem, já que o governo Temer renegociou a dívida dos Estados e concedeu aumento a servidores com impacto no próximo ano.

Por Lisandra Paraguassu na Agência Reuters