07/11/2016 11:02
”Quer salvaguardar os empregos e as empresas, exigindo vozes não ouvidas e exortando o PSDB a reafirmar o “social” de seu nome, opondo-se às ondas reacionárias.”
Não deixa dúvidas o recente artigo semanal que dá continuidade a entrevistas permanentes, palpites e manifestações variadas: o sociólogo é candidato mesmo. Afere-se a certeza da afirmação pela evidência de que imagem e voz do personagem ganham cada vez mais intensidade na busca de um objetivo.
Começa pela constatação de que as coisas estão mudando, depois das recentes eleições municipais, mas com o alerta de que mais riscos e medos ganham a realidade.
Não há candidato que despreze essas duas paralelas: otimismo pelas mudanças registradas, mas horror pelo que poderá sobrevir caso sua pregação deixe de ser seguida.
As urnas comprovaram aquilo que orgulhosamente o candidato reivindica ter previsto antes de todo mundo: a derrocada do PT, os êxitos do PSDB, a emergência da antipolítica, o desemprego, os desafios, as abstenções, anulações de votos, a vitória dos não partidos.
Na sequência, ele indaga o que fazer, depois de afirmar como eleitor do PSDB e ampliar aos dirigentes políticos de outros matizes, ao Brasil, como país parte de um mundo desafiador, às demandas dos perdedores e das organizações internacionais, para evitar a escalada dos conflitos geopolíticos. “Os que temos responsabilidades públicas ainda não sentimos com força a urgência do que é preciso fazer para reconstruir o tecido social de um país com 12 milhões de desempregados, em situação fiscal falimentar”.
O sociólogo aproveita para verberar o estrago e o milenarismo esquerdista que o lulopetismo fizeram, mostrado pelas urnas.
Vai adiante, juntando as peças do raciocínio óbvio de um candidato disposto a, acima das bandeiras partidárias, reconstruir a economia, refazer as bases da convivência política em meio à permissividade e a corrupção, engatando novamente o Brasil no mundo.
Depois de elogiar o governo Temer, fala numa trégua nacional, rejeitando a conciliação das elites e exortando o Supremo Tribunal Federal a deixar o Lava Jato cumprir seu papel de restaurador da moral pública e do respeito aos direitos humanos. Quer salvaguardar os empregos e as empresas, exigindo vozes não ouvidas e exortando o PSDB a reafirmar o “social” de seu nome, opondo-se às ondas reacionárias.
É ou não é a voz de uma imagem construída ao longo de um objetivo impossível de ser negado?
Por Carlos Chagas