Opinião – João Dória contra as mazelas

25/05/2017 15:02

”Que os nossos prefeitos se encorajam e desencadeiem diretrizes para combater de forma eficaz a reduzir a violência em nosso país. Urgem providências.”

O prefeito João Doria está dizendo ao que veio. Sua ação administrativa se fez sentir por duas vezes, e, em ambas as intervenções, verdade seja dita, o alcaide paulistano atingiu dois grandes problemas para os quais, até então, não haviam despertado seus antecessores. Ou não tiveram o apetite necessário para enfrentá-los.

O primeiro deles é (ou era) a desfiguração de toda a cidade exercida pelos pichadores assumidos, que emporcalharam prédios públicos e particulares, monumentos, espaços, muros, túneis e tudo mais que julgassem os infratores, com suas criações enigmáticas e de extremo mau gosto, pudessem se oferecer aos vândalos como oportunidade para sentirem com a ação danosa o que chamam de efeito da adrenalina.

O prefeito esteve presente em inúmeras expedições de limpeza, a demonstrar que a atual administração municipal não tolerará a manifestação deste triste espetáculo cultural (ou anticultural, porque tais ações são meramente provocativas ao poder público e à boa cidadania). A cidade, com certeza, agradece.

Outra iniciativa da mais alta significação social, urbanística e administrativa é a recente operação de supressão da famosa cracolândia, que crescia e atemorizava os transeuntes e os moradores da região. Neste episódio, o prefeito demonstrou sua coragem e espírito público ao desalojar os viciados e traficantes que se aglomeravam naquele espaço, tomado por todo tipo de infratores que extorquiam dos infelizes frequentadores o que não tinham, fomentando desordens e violências. Esta operação, que exigiu muito das equipes que para lá se dirigiram com propósitos também profiláticos, prova o inconformismo da nova autoridade municipal, que traduziu a sensação revoltada da população em assistir a progressiva degradação dos costumes daquela gente, que desconhecia a inexistência de respeitáveis valores humanos a que eles próprios tem direito. A política de repressão à ocupação ou consolidação de espaços aos viciados e traficantes deve ser amparada, obviamente, por forças civis que lhes dá sustentação legítima, isto é, o recolhimento dos pobres usuários a abrigos que lhes garantam sua integridade, alimentação e conforto junto a um tratamento rigoroso para recuperação de sua saúde. O internamento compulsório é exigível para minimizar os efeitos do vício, e deve merecer prestígio do poder judiciário.

Foi assim, e só assim, que a megalópole de Nova York conseguiu reduzir drasticamente muito do ruim que lá se registrava, originado das drogas, até então livremente consumidas por determinadas zonas possuídas pelos traficantes. Entenda-se que a violência é resultado de um encadeamento de ações criminosas para cujo desate sucederam-se transgressões e praticaram-se delitos de toda ordem. Foi uma campanha dura, mas o mayor Giuliani venceu críticos e uma eventual oposição com um método policial-administrativo que denominou de “Tolerância Zero”, hoje garantindo aos visitantes da “Big Apple” uma estada tranquila.

Que os nossos prefeitos se encorajam e desencadeiem diretrizes que nos levem a reduzir a violência em nosso país. Urgem providências.

 

Por José Maria Couto Moreira é advogado.

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