Quando o dono sai do sítio, a raposa entra no galinheiro

28/02/2018 18:24

É com base no dito popular que o tabuleiro político das eleições de 2018 em MT parece estar se desenvolvendo. A saída do ”dono” desperta (ainda mais) ambições nas ”raposas” de plantão

Nos últimos dias, os bastidores da política já andavam bastante agitados com as declarações do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) sob o seu desejo de a tempos sentar na cadeira do Palácio Paiaguás e ocupar o cargo máximo do poder público estadual – governador.

Mas, uma surpresa estaria por vir, a qual ninguém (ou quase ninguém) esperava ou sabia: A saída do cenário político para o pleito de 2018 da então, maior força política atual de Mato Grosso – Blairo Borges Maggi (PP).

Ocupando o cargo de ministro do MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no governo Michel Temmer, todos tinham como certo a sua candidatura à reeleição ao senado. E com essa ação que por um momento era vista como certa, tinha-se também as pretensões de alguns nomes embarcarem no vácuo profundo da sua força eleitoral. Entre eles o ex-prefeito de Cuiabá e o então, ex-senador e atual secretário estratégico(!) da prefeitura de Várzea Grande, Jayme Veríssimo de Campos (DEM).

Com a declaração de Maggi de que estaria (até então) completamente fora do pleito, incluindo não fazer parte das discussões partidárias ou sequer subir em palanques dos ditos aliados, começam então os movimentos por trás da moita de quem viu a saída do ”dono do sítio” como duas oportunidades:

  1. Subir um degrau;
  2. Sobrevivência política;

Pois bem, Jayme Campos, ao que todos que acompanham sua história política e a forma como ele lida com ela financeiramente, sabe que não tem o hábito de fazer grandes investimentos em suas ações eleitorais.

Já o ex-prefeito Mauro Mendes, vindo de um quadro jurídico e financeiro altamente crítico, chegando ao ponto de como ex-bilionário do setor metalúrgico, parcelar em 10 vezes os ”impostos” da sua luxuosa residência, num não menos luxuoso condomínio em Cuiabá e, como se não bastasse, ser divulgada a sua vasta lista de credores pelas redes sociais, destacando-se entre os infinitos nomes e valores, um da importância, para o credor certamente significativa, de (pasmem) R$ 600,00 (seiscentos reais)!

Várzea Grande não recebeu nos últimos 20 anos, investimentos da magnitude como recebeu em 3 anos da atual gestão. Veja bem, estou falando de investimentos concretos, realizados, concluídos e não de obras inacabadas e deixadas literalmente no meio do caminho, como é o caso do VLT em 2014.

Logo, o ‘cacique’ do DEM, senhor Jayme Veríssmo de Campos, tem como obrigação moral e política de honrar o seu compromisso com o atual governador de Mato Grosso, José Pedro Taques. Esse que por sua vez, não poupou esforços para manter a cidade do Passos do Couto, na sua lista de prioridade em ações de infraestrutura.

As falas cada vez mais ‘acaloradas’ do irmão do ex-senador, Júlio Campos, em alfinetadas contínuas ao chefe do executivo, vem tomando proporções. Em outras palavras, forma, corpo e vida. Colocando muitos aliados(?) do governador de ”orelhas em pé” e opositores antenados numa possível traição dos integrantes do DEM para com o então candidato à reeleição, Pedro Taques.

Se por ventura isso venha a sair dos insalubres corredores das línguas bifurcadas e se tornar um fato, seria então uma atitude deplorável e de uma baixeza histórica nos meandros da política, por quem tão e somente se beneficiou da gestão, como também pelos currículos e condolências carregados pelos dois irmãos na política estadual e nacional.

Os dois irmãos Campos, únicos representantes vivos de suas eras, estariam fechando as portas de suas vidas públicas, com um pedaço de papelão prensado ao portal. Seria mesmo, lastimável e vergonhoso. Ao pouco que conhecemos da primeira dama Lucimar Sacre de Campos e sua elegância e caráter, não teria cara para aparição em público por algum tempo.

Do outro lado, projetando-se com a sede de quem está cruzando o Saara a pé, Mauro Mendes que apesar de sair da prefeitura em 2016 com aproximadamente 70% de aprovação, tem se mostrado um aliado instável, inseguro e duvidoso, especialmente pela forma que se deixa ‘domar’ por influências pessoais e particulares nas suas decisões políticas. Ações que, em determinados cumes, expõe toda uma fragilidade a qual não se sustenta e sequer ninguém irá querer tal sustentação no meio. Logo, cai por terra seus ”70%”. Ainda assim, está a mercê dos grandes diretórios para ganhar uma chance de se lapidar para um, quem sabe, próximo pleito.

As eleições 2018 estão tomando ares, como sempre, inescrupulosos. Porém, com uma dimensão nunca vista antes no que fere a posição, postura, comportamento dos que se dizem da ”base aliada” do então governador José Pedro Taques.

 

Da Redação