Milho – Atraso na safra, PR pode ter quebra de até 40%

24/07/2018 14:44

A produtividade se mantém próxima da média, mas os produtores sabem que, com o desenrolar da safra, o rendimento das lavouras será menor neste inverno

Os produtores do norte do Paraná começam a colher a safra de inverno de milho. A colheita, por ora, está restrita às áreas onde foram feitos os primeiros plantios, menos afetados por efeito climático.

A produtividade se mantém próxima da média, mas os produtores sabem que, com o desenrolar da safra, o rendimento das lavouras será menor.

Após o plantio, foram 45 dias de seca na região. Veio a primeira chuva, com pouca intensidade e seguida de ventos. Sem enraizamento, parte das plantas tombou.

“As lavouras tiveram praticamente 90 dias de seca, e a consequência vai ser uma quebra de 40% na produtividade”, diz o engenheiro-agrônomo e consultor Sérgio Alves Moreira. O produtor perde no volume produzido, mas ganha no preço.

No início do plantio, a expectativa era vender a saca por R$ 23 nas cooperativas e nas tradings. O preço atual está, em média, em R$ 30. As vendas diretas dos silos, que eram feitas a R$ 27, estão em R$ 35.

O produtor sabe que a cultura de inverno é sempre de risco, e os ganhos, limitados. Dá, porém, para manter os custos fixos e os da propriedade, como funcionários, impostos e maquinários. “É um ano, no entanto, terrível”, afirma o consultor.

A situação só não é mais complicada porque o produtor tem à disposição variedades adaptadas à região.

Novas variedades, plantio adequado e a utilização de tecnologias são fundamentais para um aumento de produtividade, segundo Moreira.

Grandes produtores da região, como o grupo Alfa e Weber Almeida, que se utilizam mais da tecnologia, também terão perdas, mas com intensidade menor.

Os custos totais de produção variam de produtor a produtor, mas ficam, em média, em R$ 50 sacas por hectare. A produtividade da região será de 60 sacas, segundo Moreira.

A colheita de milho está atrasada neste ano, e o Paraná é o principal responsável. O estado tem apenas 6% da área do cereal colhida, bem abaixo dos 36% de há um ano, segundo a AgRural.

A consultoria estima que as colheitadeiras já tenham passado por 36% da área semeada no centro-sul. Mato Grosso, principal produtor, já colheu 64% da área, conforme acompanhamento da consultoria.

 

Da Redação com informações da Folha de S.Paulo