Opinião – A ira divina

06/06/2019 16:12

”No Rio de Janeiro e em Alagoas, lobos vorazes devoraram todo o dinheiro liberado e tudo se afundou ainda mais nos esgotos da ignorância e da corrupção”

Não se preocupem, mas o final dos tempos aqui na terra está chegando, e vai ser rápido. Não é alarmismo não, é a realidade real.

Décadas e décadas, desde meados do século passado, África, Ásia e Américas do Sul e Central, usados como lixeira nuclear e de todo o tipo de lixo, como lixeira dos civilizados e ricos países do mundo chique e industrializado de europeus e norte-americanos, Navios e navios gigantescos de lixo tóxico enviados para esses países ao sul do equador, considerados pelos ricos do norte, como países de merda habitados por selvagens e ignorantes.

Contra todos os tratados internacionais de preservação do meio ambiente do planeta, a hipocrisia e a autodestruição dessa ignorância global de autos enganos, acreditando que ao enviar os seus resíduos nucleares, hospitalares e tóxicos para baixo do Equador, preservam as suas casinhas felizes e limpinhas na Bélgica, na Alemanha, na França, nos Estados Unidos e no Canadá.

Não perdem por esperar. A ira divina irá se abater sobre todos, sem exceção.

Fernando Collor de Mello colocou no orçamento e liberou centenas de milhões de dólares para a despoluição da Baía da Guanabara, como um gesto concreto preparatório da ECO-92. Eu estava lá, no Palácio do Planalto em 1990 e testemunhei. Enviou dezenas de milhões para a cidade da qual foi prefeito, e sua base política, Maceió, para a despoluição do riacho salgadinho e recuperação da bela praia da Avenida da Paz.

No Rio de Janeiro e em Alagoas, lobos vorazes devoraram todo o dinheiro liberado e tudo se afundou ainda mais nos esgotos da ignorância e da corrupção. Eu estava lá e testemunhei.

Os do norte e os do sul estão irmanados nessa cruzada para a destruição completa e irreparável da vida na terra. A Baía de Guanabara já tem mais micro plásticos do que peixes e camarões. Manila e Jakarta são a imagem do inferno ecológico na terra. O riacho salgadinho em Maceió chegou a um limite de difícil reversão. Só um feito determinado e heroico.

Não se enganem. A Ira Divina se abaterá sobre todos. Quem sobreviver verá. Aliás, ninguém sobreviverá.

 

Por Miguel Gustavo de Paiva Torres é diplomata

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