Opinião – VLT: Contagem regressiva

24/10/2019 15:46

Faltam 20 dias para o grupo de trabalho decidir sobre a conclusão das obras

Faltam 20 dias para o Grupo de Trabalho, formado pela Secretaria Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos, Governo do Estado de Mato Grosso e Caixa Econômica Federal, decidir sobre a conclusão das obras do VLT Várzea Grande – Cuiabá.

A decisão do GT recairá sobre três possibilidades para construção e operação: o Estado sozinho, uma Parceria Público Privada ou a privatização. A troca de modal para ônibus poluentes (BRT) – vinculada anteriormente por alguns palpiteiros de plantão – está descartada e é vista como o maior retrocesso da história de Mato Grosso.

A tendência do GT é seguir a experiência sobre trilhos com sucesso e que funciona muito bem nas cidades de São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e a Baixada Santista.

A “locomotiva” do Brasil, São Paulo, possui a maior extensão de metrô do país com 64 estações distribuídas por 71,5 quilômetros e transporta 4 milhões de passageiro diários.

Faltam 20 dias para o grupo de trabalho decidir sobre a conclusão das obras do VLT

Com apenas 30,5 km, o recém-inaugurado metrô de superfície de Salvador já transporta cerca de 400 mil passageiros por dia e retira 10 mil veículos das ruas diariamente. A CTB já licitou a segunda etapa bem como a implantação do VLT.

A construção do VLT carioca foi parte de um projeto de revitalização da região central do Rio de Janeiro, que ganhou nova vida.

O projeto urbanístico substituiu o Elevado da Perimetral, uma via expressa que degradava o belíssimo centro histórico pelo “boulevard” à beira da Baía da Guanabara rodeado por atrações culturais e turísticas e que tem o Veículo Leve sobre Trilhos como principal meio de transporte.

O valor da tarifa é R$ 3,80 reais sendo que a 3ª linha será inaugurada em novembro.

O VLT da Baixada Santista circula por 11,5 km entre as cidades de São Vicente e Santos transportando em média 30 mil passageiros diariamente. A EMTU trabalha com a extensão do sistema com mais 8 km e 14 estações, além da chamada terceira fase, com outros 7,5 km de extensão com 4 estações.

São inegáveis os avanços do modal ferroviário nos últimos anos no país. Após amargar décadas de abandono, por conta de decisões políticas equivocadas, a mobilidade urbana voltou a receber atenção especial.

Apesar de existir, ainda, uma grande defasagem entre as demandas da população e os investimentos para adequar a oferta de serviços, especialmente nas grandes metrópoles, o VLT ganhou importância e prioridade para todos aqueles que desejam uma melhor qualidade de vida da população.

Essa decisão sobre a conclusão imediata das obras do VLT Várzea Grande – Cuiabá é importante para Mato Grosso. Poderá trazer um novo período de desenvolvimento para nossas cidades.

Os arranjos institucionais e empresariais que vão possibilitar a implantação do VLT são variados, o fundamental é que a obra seja terminada, as operações iniciadas e que novo planejamento urbano seja arquitetado, com a participação da sociedade.

Contagem regressiva: faltam 20 dias…

 

 

 

 

Por Vicente Vuolo é economista, cientista político e coordenador do movimento pró VLT.

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