03/04/2020 00:13
”Os servidores gostariam de saber a opinião dos notáveis deputado Carlos Sampaio , Rodrigo Maia, Ricardo Izar e outros do melancólico time, sobre a iniciativa”
Aplaudo e endosso o expressivo artigo( Correio Braziliense-27/3) do presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal,e do Tribunal de Contas da União( Sindilegis), Petrus Elesbão, intitulado “Cada um por si e o Estado contra quase todos”, repudiando manobras sorrateiras e demagógicas de deputados contra servidores públicos. Elesbão salienta com rigorosa clareza: “Porque tirar dinheiro de quem consome para salvar quem produz certamente será um suicídio econômico”.
Nessa linha, é lamentável que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, dê asas a essa colossal pantomima. Tudo indica, que Maia e deputados obscuros como Carlos Sampaio e Ricardo Izar, medonhos criadores da indecorosa PEC, foram infectados pelo vírus da patetice, do cinismo, da demagogia e dos holofotes fáceis, diante da desastrada iniciativa que pretende diminuir salários de servidores, parlamentares e ministros para ajudar no combate ao coronavírus. Bom os transloucados Sampaio, Izar e Maia, consultarem um infectologista. É cômodo fazer caridade com o chapéu alheio.
A iniciativa não prospera porque vai na contramão da legalidade e do bom senso. Magistrados da importância do presidente do STF, ministro Dias Toffoli e outras respeitadas entidades de classe, a exemplo do Sindilegis, seguramente não permitirão que o imoral, inconstitucional, inconsequente, inacreditável e raquítico projeto ganhe fôlego nem ultrapasse o portão da sensatez.
Os servidores públicos têm o respeito dos brasileiros. Trabalham com dedicação. Contribuem para o crescimento do país. Como a maioria dos brasileiros, os servidores têm compromissos, obrigações e boletos a pagar. Muitos contribuem nas despesas de saúde, educação e vestuário também de filhos e netos.
É um absurdo cortar salários de quem movimenta a economia. O saudoso Carlos Lacerda lembrava que servidor público não ganha eleição. Mas atrapalha bastante.
Nesse sentido, se o Executivo, Legislativo e Judiciário desejarem realmente ajudar, no combate ao coronovírus, ao invés de reduzir salários de abnegados servidores, poderiam abater outras despesas. Exemplos: cortar 50% dos gastos dos Palácios da Alvorada, Planalto, residências dos presidentes da Câmara e do Senado; suspender o cartão corporativo das autoridades; colocar na garagem carros oficiais de deputados, senadores, ministros do Executivo e do Judiciário; suspender vôos da FAB para atender a imensa turma de folgados engravatados e suspender, por fim, temporariamente, o auxílio moradia. As sessões e deliberações estão sendo virtuais. Ninguém precisa vir a Brasília.
Concluindo, o senador Fernando Collor manifestou irrestrito apoio, no facebook e no instagram, ao movimento #todoscontraocorona para destinar o milionário Fundo Eleitoral e o orçamento impositivo para combater o coronavírus. Os servidores gostariam de saber a opinião dos notáveis deputado Carlos Sampaio , Rodrigo Maia, Ricardo Izar e outros do melancólico time, sobre a iniciativa.
Por Limongi é jornalista. Trabalhou no Globo, Última Hora de Brasília, TV-Brasília, Universidade de Brasília, Confederação Nacional da Agricultura, Suframa, Ministério da Justiça e Senado Federal. É sócio da ABI há 51 anos. Tem blog e face. É servidor aposentado do Senado.