Opinião – Brainstorm? Suas reuniões podem melhorar

02/06/2020 00:36

”E-book traz dicas sobre organização no ambiente de trabalho; gritaria oprime introspectivos; ideias rasas marcam esse método”, diz Júlio Nóbrega

Bom dia!

O Meio & Mensagem publicou nesta semana artigo em que abordo a importância de marcas prestarem atenção ao movimento Sleeping Giants e para onde vai seu dinheiro de mídia.

Então vamos ao que vi de mais interessante na semana. Boa leitura!

— Juliano Nóbrega

PS: recebeu essa mensagem de alguém? Aqui você assina e lê as edições anteriores.

1. BRAINSTORM? SUAS REUNIÕES PODEM MELHORAR

Há muito o que gostar no home office, mas reuniões improdutivas continuam tomando nosso precioso tempo.

Esclareço já: não sou um antirreuniões. Como disse o Satya Nadella, CEO da Microsoft: “Se você não pode juntar pessoas para colaborarem e se comunicarem, nada relevante poderá ser alcançado. Dito isso, as reuniões podem ser mais eficazes?

Claro! E se tem um tipo de reunião que pode levar a absolutamente nada é um brainstorm.

Pensando no tema, esbarrei com o Design Sprint, método criado por uns nerds do Google. O livro sobre ele é rápido e recheado de técnicas para melhorar suas reuniões.

Nesse post, o autor Jake Knapp explica os principais problemas do brainstorm. Chamaram-me a atenção:

  • ideias rasas: na gritaria do brainstorm, o objetivo é quantidade de ideias, e quanto mais rápido melhor. Mas ideias boas exigem reflexão;
  • personalidade ofusca conteúdo: um brainstorm pode ser um pesadelo para um introvertido com boas ideias;
  • sem resultadosbrainstorms podem resultar em uma pilha de notas, e nada mais.

O Design Sprint é ótimo para grandes desafios, e toma tempo da equipe. Mas como podemos simplesmente melhorar nossas reuniões do dia-a-dia?

A AJ&Smart é uma agência de Berlim que aplica Design Sprints. Eles desenvolveram um “sprint light”, ao qual chamaram de “Lightining Decision Jam“, que virou um hit na internet. Princípios:

  • trabalhem juntos, mas separados: as ideais surgem em reflexões individuais;
  • minimize a discussão, usando o método de votação das soluções (esse post explica bem);
  • começar é melhor do que estar certo;
  • não aposte suas fichas na criatividade.

Usando um template do Mural.co (ferramenta genial de quadro colaborativo virtual), você pode aplicá-lo online (aqui tem um e-book completo, incluindo link para o template). Vale a pena também assistir a esse webinar.

2. COMO SER UM PENSADOR “NÃO-ÓBVIO”

Todos os anos, Rohit Bhargava compila “tendências não-óbvias” e apresenta numa palestra no SXSW. Neste ano, ele falou numa “live“, e todos puderam acompanhar.

Chamaram-me a atenção, é claro, suas 5 dicas para fazer uma curadoria inteligente de tudo o que vemos por aí.

  • Seja observador: veja o que os outros estão deixando passar;
  • seja curioso: sempre pergunte o “por quê”;
  • seja errático: aprenda a seguir em frente;
  • seja reflexivo: pare para pensar;
  • seja elegante: cuide das palavras e crie belas ideias.

Não é?

Rohit distribui toda semana uma excelente newsletter com “insights não-óbvios”, vale assinar.

3. O ESCRITÓRIO AINDA TEM FUNÇÃO

Muitos estão tão adaptados ao “home office” que começam a achar que não precisam mais voltar ao escritório. De fato, essa será uma opção para muitos profissionais no pós-pandemia.

Mas nem o escritório vai acabar, nem a realidade atual serve de modelo para o home office ideal. É o que mostra essa ótima matéria do Valor sobre o tema.

Este não é um teste justo para o trabalho remoto, que exige um redesenho de como o trabalho deve funcionar nas companhias. Não se trata apenas de empurrar as pessoas para casa, mas de repensar como elas podem realizar suas funções de outro modo, mantendo os benefícios de poderem trabalhar de onde quiserem”, diz uma professora da escola de negócios MIT Sloan.

E o escritório mantém a sua importância: no home office, “há uma eliminação da conversa natural do trabalho e as empresas consolidam assim o fim da discussão, da reflexão, da organização coletiva do trabalho“, reflete um sociólogo.

4. UMA VIAGEM À NATUREZA

O algoritmo do Netflix me sugeriu “O Regresso“, vencedor do Oscar de melhor diretor, ator e fotografia. Talvez o algoritmo não saiba que estamos em quarentena, mas foi incrível, nesse momento, assistir a um filme que se passa inteiro ao ar livre, em paisagens geladas e lindamente captadas.

O diretor Alejandro González Iñárritu apresenta “uma realidade quase virtual, em que você realmente se sente lá fora com os personagens“, diz o protagonista Leonardo DiCaprio.

É um filme sobre vingança. Mas Iñárritu busca mostrar que “a vingança, quando alcançada, simplesmente te deixa vazio“. As entrevistas estão no belo documentário A World Unseen sobre a realização do filme.

E agora estou encarando o livro, um romance histórico delicioso.

5. TODO MUNDO QUER FAZER PÃO

Eu já disse aqui que tinha feito o pão sem sova do Mark Bittman. Mas… não tinha ficado como eu queria. Uma leitora deu alguns ótimos truques, e eis que o pão agora ficou delicioso. Ainda dá para aperfeiçoar, e temos uma quarentena toda para isso.

Aqui vai a receita que deu super certo.

Em uma tigela grande, adicione 315ml de água fria, 2g de fermento biológico fresco e 50g de farinha.

Mexa tudo com um batedor de arame, adicione 10g de sal e mexa de novo.

Adicione 400g de farinha e mexe com uma colher ou espátula até incorporar tudo.

Tampe ou cubra com plástico filme e deixe descansar por pelo menos 12 horas. Nesse frio, procure um lugar mais quentinho da casa.

No forno a 230ºC, aqueça por 30 minutos uma panela de ferro fundido com tampa.

Tire da tigela, jogue sobre uma superfície enfarinhada e dobre a massa umas 2 ou 3 vezes. Deixe descansar mais 15 minutos.

Forre o fundo da panela com fubá e jogue a massa com a dobra para baixo. Não tem problema se cair meio desajeitada, ela vai se acertar quando assar.

Asse com a tampa por uns 15 minutos, depois sem a tampa por mais uns 20, até que a casca esteja bem dourada.

Deixe esfriar sobre uma grelha, e voilà!

6. MEUS SONS DA QUARENTENA

Já são mais de 2 meses em casa, e ainda vai mais um tempo. Nesse período, músicas entraram e saíram das minhas playlists. Com ajuda do algoritmo do Spotify, coloquei nessa playlist os sons que mais marcaram (até agora) esse período tão estranho. O tom é para cima, mas tem seus momentos de introspecção.

Aumenta o som e anima esse home office porque é sábado. Parece não fazer diferença, mas não deixe de aproveitar (se puder) a pausa do final de semana.

Por hoje é só. Quer mais? Aqui você encontra as edições anteriores. Tem muita coisa bacana. 😀

Adoraria receber suas críticas e sugestões. Basta responder a este e-mail.

Obrigado pela leitura, e até a semana que vem!

 

 

 

 

Por Juliano Nóbrega, 42 anos, é CEO da CDN Comunicação. Jornalista, foi repórter e editor no jornal Agora SP, do Grupo Folha, fundador e editor do portal Última Instância e coordenador de imprensa no Governo do Estado de São Paulo. Está na CDN desde 2015. Publica, desde junho de 2018, uma newsletter semanal em que comenta conteúdos sobre mídia, tecnologia e negócios, com pitadas de música e gastronomia.

Tags: