Opinião – Decidindo o futuro

20/07/2020 00:37

”A solidariedade é uma virtude assentada na crença do Transcendente, sem a qual não há como aceitar a fraternidade construtiva entre pessoas e povos”

A humanidade precisa redefinir seu futuro senão desaparecerá. Tal verdade tornar-se-á a força histórica irreprimível na sustentação das providências que precisarão ser adotadas. Intelectuais afirmam: – “a humanidade não será mais a mesma depois desta crise”, sem uma proposta para solucionar o caos que se instalou. A atual crise do COVID 19 obriga repensar o futuro.

Os problemas maiores que nos afligem são: o desemprego, decorrente do desenvolvimento tecnológico e da informática; a crescente desigualdade na participação da riqueza gerada; a questão ambiental que ameaça a vida com o aquecimento da atmosfera e seus múltiplos reflexos.

Torna-se necessário um estilo de vida menos consumista. O individualismo precisa ser superado e a solidariedade predominar nas relações humanas. Impõe-se a necessidade de se construir nova ordem internacional, com alterações na atual concepção da soberania das nações, nas praticas financeiras, no comercio internacional, na consolidação de instituições politicas supranacionais, com poder de atuação na perspectiva da promoção do bem comum. Nenhuma proposta de solução, para os problemas atuais, prosperará sem a crença majoritária em pressupostos que contemplem a liberdade, a justiça, a democracia, a paz e a solidariedade, pois serão eles que conferirão adesão dos povos ao novo mundo que é preciso edificar.

A solidariedade é uma virtude assentada na crença do Transcendente, sem a qual não há como aceitar a fraternidade construtiva entre pessoas e povos. O Cristianismo elaborou bem articulada Doutrina Social, possível subsídio para o necessário amplo debate sobre o futuro. O Cristianismo, base espiritual sobre a qual se ergueu a Civilização Ocidental, hoje paradigma para todo o planeta, gerou extraordinárias conquistas e injustas formas de convivência, individualistas e excludentes, a serem corrigidas, poderá vir a ser uma das seguras inspirações para a nova civilização mundial solidária, que se faz necessária.

 

 

 

 

Por Eurico de Andrade Neves Borba, 80, aposentado, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, mora em Ana Rech, Caxias do Sul.

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