18/07/2020 00:49
”De acordo com uma pesquisa bem recente da Fundação Oswaldo Cruz, apenas 15% dos brasileiros fizeram isolamento rigoroso”, diz Maia
A saúde, como direito de todos e dever do Estado, é uma demagogia e ainda tira a responsabilidade dos cidadãos sobre o próprio bem-estar. Essa sentença forte é uma frase lapidar do doutor Fábio Varela, consultor gratuito e nacional, para orientações à saúde. O resumo dessa advertência é uma clara conclusão: se é o Estado quem cuida de mim, por que me preocupar? O comportamento negligente e descuidado da população é grande risco para a flexibilização da quarenta, protetora do Covid-19.
As medidas de abertura gradual do comércio são oxigênio para empresas asfixiadas pelo fechamento da economia. Atos de irresponsabilidade, podem colocar em risco a liberdade de vender e comprar. Com o perigo constante da pandemia ganhar maior velocidade nas grandes cidades do DF o comportamento da população preocupa. Frente à falta de remédios eficazes e de uma vacina certeira, o esforço de cada cidadão e da comunidade, são indispensáveis para conter o avanço da covid-19. Médicos, instituições como a Fecomércio e autoridades de saúde rogam que a população faça sua parte. É fundamental não evitar a contaminação de outras pessoas vulneráveis.
A liberdade do comércio e dos serviços não pode se transformar em “celebração festiva”, como diversão popular. Por trás de cada abraço, apertos de mão, falta de higienização com o corpo, descuido nas máscaras e impulso para aglomerações está o vírus e a memória dos milhares de mortos, das falências e desemprego. De acordo com uma pesquisa bem recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apenas 15% dos brasileiros fizeram isolamento rigoroso. A pesquisa, ouviu por telefone 44.062 pessoas e também procurou relacionar a quarentena com vetores como estado de ânimo, prática de exercícios físicos, consumo de álcool, cigarro e alimentos. Entre os que continuaram saindo, mas mantiveram o cuidado de não visitar idosos e evitar aglomeração, o percentual foi de 35%. É pouco, muito pouco para não visitarmos o Inferno, de onde poucos poderão sair dele.
Por Francisco Maia é presidente do Sistema Fecomércio-DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio).