28/07/2020 11:55
”Home office foi saída eficaz para grande parte das empresas durante quarentena. Comércio eletrônico expandiu. Empresas encontram saídas”
É fato que não temos muito a comemorar. Parece insensível dizer que há algo de bom nesses tempos difíceis em que vivemos. Sabemos que para muitos, empresas e pessoas, o enfrentamento da crise tem sido árduo. Como diz a sabedoria popular, mata-se um leão por dia.
Mas não se pode ignorar que o ser humano é surpreendente e o brasileiro, em especial, supera-se até nos momentos mais complicados. Em tempos duros, de pandemia, luto e isolamento social; de crise econômica, desemprego e queda no PIB, os planos mudam, as convicções se alteram, os profissionais se renovam e as empresas se reinventam. Se há algo de positivo nisso tudo, é o fato de que muitos dos projetos que existiam na gaveta para serem executados, “quem sabe daqui a uns 2 anos, se tudo der certo”, passaram a ser prioridade. A duras penas e com muita resiliência, empresários brasileiros mudam a rota de seus negócios, com a roda girando, procurando preservar empregos e movimentar a economia.
Em recente pesquisa realizada pela Boa Vista para identificar as consequências da pandemia para às MPMEs, foi constatado que 66% delas tiveram retrações de 41% ou mais em suas vendas. Para o estudo, a Boa Vista ouviu 354 micro, pequenos e médios empresários, representantes dos setores da Indústria e do Comércio, em todo o Brasil.
A boa notícia é que nem só de lamento vive o mercado. O país registrou aumento médio de 400% no número de lojas que entraram no mundo do comércio eletrônico durante o período da quarentena. Segundo a ABComm, Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, até o começo das ações para conter o coronavírus no país, no início da 2ª quinzena de março, a média era de 10.000 aberturas do serviço de vendas por e-commerce por mês. O número saltou para 50.000 aberturas mensais logo após os decretos de isolamento social. Isso significa que, apenas nos meses de abril e maio, 100 mil estabelecimentos aderiram às vendas pela internet, liderados pelos setores de moda, alimentos e serviços. Para favorecer aqueles empreendedores que ainda não conseguem ter seu próprio comércio eletrônico, a Boa Vista contribuiu firmando parceria com marketplaces como Magazine Luiza e Mercado Livre para facilitar a entrada de seus clientes neste mundo novo.
Outra grande transformação no mundo corporativo, neste caso adotada por grandes empresas, foi com relação aos espaços ocupados por elas. Além de poder vender sem precisar de um ponto físico, o home office compulsório demonstrou que é possível, sim, ter equipes trabalhando remotamente e manter os padrões que já eram entregues antes da pandemia. Gigantes como XP, Coca-Cola, Twitter e Google irão adotar o trabalho à distância em larga escala.
Todas essas decisões só puderam ser tomadas por conta da tecnologia que hoje temos à disposição. Na Boa Vista, conseguimos colocar rapidamente cerca de 700 colaboradores em home office, graças a um programa de transformação digital que implantamos desde 2019. Somos o primeiro bureau de crédito a ter quase 100% de suas informações na nuvem, devido a parceria com o Google Cloud acordada em dezembro de 2019. A operação irá permitir que melhores práticas internacionais de segurança da informação e privacidade de dados sejam adotadas nas operações de tratamento de dados pela Boa Vista.
Essas iniciativas mostram que os brasileiros, pessoas físicas e jurídicas, em condições favoráveis ou adversas, seguirão mudando e crescendo, acreditando que, quando tudo passar, poderemos ser melhores do que já fomos.
Por Dirceu Jodas Gardel Filho, 54 anos, é CEO da Boa Vista Serviços, advogado e administrador graduado pela Universidade Mackenzie, com especialização em proteção de dados pela FGV-LAW, MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e MBA em Recursos Humanos Universidade de São Paulo. É vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional dos Bancos de Dados (ANBC) e membro da Comissão de Estudos de Instituições Financeiras e Direito Bancário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).