Editorial – Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come

07/10/2020 12:22

Encontro entre Bolsonaro e Toffoli: polêmica obtusa sobre o posicionamento presidencial

A imprensa, os críticos e os apoiadores ditos bolsonaristas, derramaram uma chuva de críticas ao então presidente Jair Bolsonaro sobre o encontro ocorrido na residência do ministro Dias Toffoli para um jantar. Antes a tal chuva tivesse sido de água, pois essa sim, estamos precisando.

Oras, para distorcer tal encontro, motivos tem os citados, na primeira linha, de sobra. Um deles seria o protecionismo do primogênito do chefe do executivo e senador carioca.

Mas, algumas perguntas que ninguém ousou em fazê-las, mesmo por que, se as fizessem, desmantelaria as teses envenenadas, as quais estão circulando e propagando negativamente a respeito do presidente. São elas:

O presidente Jair Bolsonaro foi flagrado?
O presidente foi escondido ou secreto?
Sua chegada pareceu ser discreta?
Demonstrou alguma preocupação em ali ser visto?

Para todas as hipóteses interrogativas, a resposta sensata seria um simples e frustrante (para muitos, diga-se de passagem) ”não”.

O presidente Jair Messias Bolsonaro já demonstrou, expôs, de forma até que demasiada, tanto quanto em alguma delas desnecessária, o compromisso com o povo brasileiro. No entanto, longe de classificar o encontro como a costumeira fala bolsonaristas de mais uma “estratégia” mas, um ato de bom senso: encontro, jantar, informalidade, fora da agenda, abraço, sorrisos, empatia.

Afinal, o currículo de Toffoli não pode ser encarado dentro da esfera política como um inimigo a ‘ferro e fogo’. Ideologicamente, seria um direito do político Jair Bolsonaro. Mas, enquanto ocupando o mais alto cargo do Executivo, Presidente da República, seria uma tolice.

Aliás, o presidente vem esbarrando em todos os tipos de críticas da oposição política e da ala dos simpatizantes da Esquerda, desde o início da gestão. Agora, os direitistas e assumidos bolsonarianos, também estão começando a demonstrar desconfortos com atitudes do então presidente a qual, parte dos mesmos, acreditam que a gestão federal deveria ser conduzida com mais rigor, o que já ficou claro que não é tão simples. O próprio vice presidente, Gal. Hamilton Mourão, abranda tal pauta que sinalize qualquer severidade além das democráticas e republicanas.

Bolsonaro então choca com a frase clássica de uma de nossas célebres personalidades da música, Ney Matogrosso: “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

Oras, se é ríspido, não tem traquejo. Se é afável, se corrompeu. Se não dança conforme a música, não tem ‘ginga’, preparo, não sabe dialogar. Se dança, entrou para a ‘festa’. Se conforme a música, então…mostrou quem é(?!). Um ”traidor”(?!) e outras deferências pejorativas.

O povo brasileiro vem sendo domado, como gado, sim, há 36 anos. Assistindo passivamente o desmonte, assalto, conchavos e o delapidar da República e seus cofres, sob um silêncio sepulcral, fúnebre, velado.

Chega?! Sim! Chega! Mas, não se muda em 4 anos, um sistema em avançado estado de putrefação, o qual vem sendo ‘curtido’ por quase 4 décadas.

Tenhamos paciência. Parcimônia. Sabedoria. Pois, na ignorância já tivemos imersos por muito tempo.

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