27/10/2020 15:11
Cassação foi o grande trunfo para candidatura
Mais ataques, menos propostas, cansou população
Caso paletó – maior arma virou folclore
Dias desses, um nome ainda em pleno exercício na Câmara dos vereadores, juntamente com mais quatro ou cinco integrantes daquela Casa, se posicionaram de forma sistêmica à oposição do prefeito de Cuiabá.
Começa então, pelas redes sociais, uma perseguição implacável ao gestor municipal e seus secretários nas suas respectivas pastas. No início, muitos aplaudiram. No entanto, a sistêmica perdeu-se o controle da intensidade das ações.
O que deveria ser, por um momento, um trabalho fiscalizador, tomou proporções pessoais e muitas vezes exacerbada, o que não foi segredo para ninguém, a ponto que levou à um efeito rebote: a também perseguição da maioria daquela Casa, correligionários do chefe do executivo, para com o integrante mais ativo na ala chamada de ”oposição”, havendo assim, o efeito dominó: quebra de decoro, cassação do mandato e perda do cargo eletivo.
Naquele momento, o que parecia um buraco à engoli-lo, tornou-se um pedestal além de um esboço: já estaria desenhado o seu futuro político. Seria o principal nome à enfrentar o prefeito em caso de uma possível candidatura à reeleição. Dito e feito. O que era para estar ”morto e enterrado”, tomou ainda mais forma, cor e movimento.
Extasiado com a proporção de ‘likes’ em suas redes sociais, o jovem nome passou a articular para então emoldurar aquele futuro: disputar a eleição para o executivo municipal.
O prefeito então, amargura de uma situação que estaria a vir comprometer seu projeto – o caso paletó – um incidente quando ainda deputado estadual. Seria a arma mais que perfeita para qualquer de seus algozes usufruir em campanha.
Porém, algo que Freud explica, o ser humano tende a ter compaixão de quem está sendo hostilizado demasiadamente, ainda que possivelmente o mesmo tenha lá sua culpa.
Assim, os que outrora aplaudiam, passam a ficar incomodados. De incômodos à desgostados. De desgostados à repúdios e críticas. Os mais otimistas ainda apostavam na ‘virada do disco’. O jovem candidato até que ensaiou virar o disco, mas…não resistiu em seguir com uma estratégia para lá de inadequada.
Percebeu tardiamente que exagerou nas ações, nas falas, nos ”tiros para o alto” e esqueceu de dar equilíbrio e consequentemente valor ao que havia conquistado e tinha em mãos, além de um smarthphone, é claro.
”O cavalo passou arreado e o peão não viu”.
A clássica referência sobre estar atento, desperto, vigilante, cabe perfeitamente para com o cenário envolvendo um candidato preso nas redes sociais, sem considerar suas limitações e/ou seus efeitos rebotes, esses muitas vezes irreversíveis.