27/10/2020 13:09
“A oferta gera a sua própria demanda” – Jean-Baptiste Say
Espero que meus seguidores já estejam convencidos de que qualquer teoria econômica que esqueça uma variável crucial, é incompleta e perigosa.
Keynes nunca estudou administração, parece que no seu grupo de Bloomsbury nem havia um industrial, por isso eu atribuo que facilmente ele se esqueceu da variável crucial.
Capital de Giro, termo que ele usa uma única vez em Teoria Geral, mas em outro contexto. Capital de Giro Próprio não faz parte das equações propostas por Keynes. Isso é um fato.
Ele simplesmente esqueceu uma variável crucial. Quantos de vocês já entraram numa loja, e comentaram que o movimento estava fraco?
“É, o dinheiro anda curto, diz o lojista.”
Foi essa frase que fez Keynes pensar que o problema de recessões era dinheiro curto ou falta de demanda.
Afinal o produto estava lá produzido, embalado, prontinho na prateleira, só faltava dinheiro na mão do consumidor.
Jean-Baptiste Say discordava, dizendo que o fabricante daquele produto já tinha pago o material, os empregados, a embalagem, portanto dinheiro tinha sim na praça, a famosa Lei de Say. Talvez o preço estivesse errado, o produto não era da cor certa, ou era de má qualidade.
“A oferta gera a sua própria demanda”, dizia Say um administrador de fábrica, que fundou a primeira escola de administração em Paris.
Na época de Say e Keynes não haviam supermercados nem muitas lojas de departamento com produtos prontos na prateleira. Tudo era encomendado pelo cliente, a costureira, o marceneiro, o empreiteiro, que pediam um adiantamento de 30% digamos, o famoso sinal. Isso por falta de capital de giro, para girar os negócios, e colocar o ciclo da Lei de Say em movimento.
Mas Keynes confundiu falta de demanda com falta de capital de giro ou adiantamento.
Por isso, o Keynesianismo erra a dose, 30% a mais do que necessário, e eventualmente gera inflação.
Milhares de livros foram escritos sobre Keynes, e é assustador que nenhum desses autores notou a falta de uma das variáveis mais importantes do comércio.
Que hoje pelo menos os supermercados têm, e poucas lojas aceitam encomendas e pedem 30% adiantado.
O Brasil não cresce depois do plano Real não por falta de demanda, mas por falta de capital de giro para colocar a Lei de Say em movimento.
`Por Stephen Charles Kanitz é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.