Opinião – O prefeito e a política cultural

28/11/2020 14:13

”Temos que eleger um prefeito que sabe tudo da história de Cuiabá”

Catedral Basílica de Cuiabá, a ”matriz”, como é chamada pelos cuiabanos, iluminada em período natalino.

Este, terá que ter a sensibilidade para reconhecer  que esta cidade é uma festa cultural permanente  e que, tudo que existe de belo e precioso na cultura genuinamente Cuiabana não poderá passar despercebido.

Esta eleição será um marco para Cuiabá, pois elegeremos um gestor que delimitará e decidirá sobre os incentivos necessários para àqueles que se identificam com a vida da cidade de forma a criar mecanismos para concessão de subvenções para que novos talentos possam surgir e dar continuidade a riqueza cultural da nossa gente.

Todos nós que produzimos cultura e vivemos da cultura, temos que   ficar atentos aos Programas Culturais dos candidatos, pois um deles será o vencedor, e Cuiabá precisa de gestores que tenha a consciência de  que o poder público tem como dever, produzir as atividades culturais para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, tais como: movimentos artísticos, sociais e recreativos, criação de bibliotecas e distribuições de livros, shows populares gratuitos dentre outras atividades culturais, pois Cuiabá pulsa cultura 24 por dia.

Todos os integrantes do meio cultural,  têm que serrar fileira unindo e participando ativamente na decisão desta eleição municipal,   temos que ficar atento para escolher aquele que tem em seu programa, os grandes projetos de participação direta e ativa no patrimônio cultural cuiabano, bem como, que tenha um perfil  adequado para gerenciar todas as matrizes culturais, implementar e incentivar o desenvolvimento da democracia cultural,  e possibilitar a participação da população na vida cultural do município.

Para tal, o prefeito eleito, deverá criar e disponibilizado os instrumentos e meios necessários para que cada segmento da nossa sociedade, independente da faixa etária, desenvolva as suas próprias práticas culturais, conferindo autonomia ao cidadão para criar, escolher e acessar os bens e processos culturais através de agendas e programas anuais de manifestações culturais.

A política cultural desta região e do povo cuiabano, ao se transformar em projetos, antes de ser financiada deve ser analisada por um Conselho Cultural, composto por pessoas que são reconhecidamente conhecedoras da história e da evolução dos segmentos que deram origem aos movimentos culturais  que identificam e caracterizam a cidade de Cuiabá. As ações devem ser norteadas por objetivos amplos, pelo fato de ser uma ação voltada para todo o município e não apenas para alguns “estratos sociais” que tem vida própria e que já produzem recursos para se autofinanciar.

Temos que eleger um prefeito que sabe tudo da história de Cuiabá, e entenda que é preciso considerar e definir o que realmente compõe a população em forma de cultura, e a partir daí, elaborar pesquisa sobre a produção local, sobre as atividades e a dinâmica cultural genuinamente local, só assim a política cultural será bem elaborada e adequada em conformidade com a disponibilidade dos recursos públicos disponíveis, e que são de pequena monta.

Temos que eleger um Prefeito, que tenha a noção estratégica e capacidade para desenvolver promoções com  atividades culturais onde o público seja participante ativo, dinamizando a cultura cuiabana a partir das suas referências, disponibilizando todos os espaços e meios para que o povo tenha acesso aos bens culturais e possam participar na criação e nos processos culturais através de oficinas e agendas anuais de programas culturais, infelizmente temos fomentado muita cultura alheia com recursos do povo cuiabano, por isso, sou um desconhecido na minha terra natal.

 

 

 

 

Por Wilson Carlos Fuáh, especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.

Tags: