Editorial – Plantando na garoa?! Espere as chuvas, Emanuel!

15/02/2021 17:03

Prestígio municipal é dividido
Eleição 2020 foi muito acirrada
Prefeito precisa ser pé no chão
Boa gestão ainda não foi suficiente
População quer mais, muito mais

O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) voltou a falar de uma possível disputa ao Paiaguás em 2022. Dessa vez, em entrevista à uma rádio local, Pinheiro também teceu críticas contra o modelo de gestão adotada pelo atual Governo do Estado.

Ocorre que, o prefeito reeleito aos 47” da prorrogação, quase que de forma inacreditável para muitos, precisa descer do salto alto(?) e pisar no chão frio da realidade política que, de uma certa forma, o ‘assombra’, ora partidariamente, ora politicamente.

O prefeito reeleito aos 47” da prorrogação, com 1,15% a mais que o seu adversário, precisa enxergar urgentemente que 51,15% da população confiou seu voto acreditando em dois cenários:

1)  terminar os 4 anos de gestão no mesmo ritmo que começou;
2) fazer muito mais em 2 anos do que já havia realizado.

A população do primeiro cenário não perdoa o abandono da gestão para disputar outro de maior expressividade. Temos exemplos históricos negativos dos que se aventuraram a tal. No caso do prefeito, a situação ainda é mais delicada. Um verdadeiro cristal: brilhando, reluzente, como também, trincando ou mesmo quebrando por nada.

”Plantar na garoa, sem garantia de chuva, nunca rendeu uma boa roça”, já diria um sábio sertanejo.

Emanuel mal retomou a continuidade da gestão anterior, tampouco começou os projetos da nova gestão e já está ventilando possibilidades políticas aos ares. Possibilidades estas que, mesmo possíveis, incomodam muita gente que lhe confiou o voto.

Façam as pesquisas (qualitativas e quantitativas) e se surpreendam: 50% dos 51,15% querem que o prefeito reeleito exerça seu mandato municipal até o último dia de 2024. Não querem nem saber de ouvir Pinheiro sonhando com projeto político rumo ao executivo estadual.

A outra parcela, até simpatiza com a possibilidade de disputa ao Governo, desde que o desempenho municipal seja ainda mais satisfatório do que os 4 anos passados. Tarefa árdua, no mínimo.

Para Emanuel Pinheiro ganhar a simpatia desse eleitorado melindroso que, ora o acalma, ora o assombra, precisa manter a discrição política, o silêncio de rusgas, evitar atritos com o seu provável oponente (o governador), sair de cena sobre qualquer celeuma. Paralelo a isso, trabalhar! Executar tudo que estiver no escopo da nova gestão. Dar prioridade ao Contorno Leste, seu maior legado enquanto no comando do executivo municipal.

Ou seja, nadar contra a maré agitada já vivida por quem lá está (governador vs servidores estaduais). Se possível, submerso, ‘invisível’. Surgir no momento certo, exato e ser implacável, seja no ataque ou na defesa dos que ainda estarão com energia para gritar desafinadamente ”paletó”.

O casamento político com Janaína Riva parece distanciar a cada dia ou a cada fala, seja dele, seja dela. Tal união seria uma boa base de sustentação para com o principal algoz do governador Mauro Mendes – servidores estaduais. Mas, as entrelinhas dos assessores de ambas as partes, esboçam um bastidor diferente que, só o tempo vai de fato desvendar.

O momento é de muito trabalho, pouca exposição e nenhum atrito com possíveis adversários.
Essa é a conta que boa parte da população estaria fazendo com relação a gestão municipal. Qualquer um que venha duvidar disso, é correr o risco de pagar uma dívida maior do que a realizada.

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