27/04/2021 12:01
Secretária tem pouco tempo na pasta
Se mostra solícita mas tentou tirar o foco
Chorou e citou racismo
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A secretária de Saúde de Cuiabá, Ozenira Félix, que está participando neste exato momento, desta terça-feira (27), da sessão plenária da Câmara de Cuiabá para prestar esclarecimentos sobre a gravíssima denúncia da existência de centenas de medicamentos vencidos encontrados no Centro de Distribuição do Município.
A denúncia foi feita pelos vereadores de oposição: o licenciado Diego Guimarães, sua suplente Maysa Leão e o tenente-coronel Marcos Paccola – todos do Cidadania.
No CDM, os vereadores encontraram uma sala, além de um corredor externo, cheios de paletes empilhados com centenas e milhares de medicamentos e insumos que vão de Paracetamol a latas de leite em pó. Um dos remédios encontrados, o AmBisome, custa em média, a fortuna R$ 20 mil cada caixa.
Desabafo ‘Sem Noção’
A Secretária de Saúde, iniciou a sua fala, fazendo um histórico de sua carreira, passando pelo Governo do Estado até chegar à Secretária de Saúde de Cuiabá. De repente, nesse momento, a secretária que estaria em sessão para esclarecer o absurdo ocorrendo na Saúde do município, começa a chorar ao definir situações de racismo que estaria sofrendo nos últimos dias, claramente buscando desviar o foco principal da sessão.
Clareza essa, que não esclareceu, tampouco apontou os autores das ofensas, apenas isentando os vereadores de tal sentimento.
“Estou contando a minha história, porque existe um impacto por eu ser negra. Esses dias eu tenho sentido o que eu nunca senti na minha carreira inteira. Como diz a Edna [Sampaio, vereadora], ainda éramos ‘negras brancas’. Eu não tenho problema em ser cobrada, mas gostaria que quem estivesse ouvindo, entendesse que a minha cor não me define”, disse.
“Isso eu não tem nada a ver com os vereadores, mas com o que eu tenho passado nesse momento agora, que eu acho que ninguém sabe e eu tinha que fazer esse desabafo para a população. Não se define uma pessoa pela cor. Eu tenho uma história de vida muito maior do que isso”, completou.
Lembrando que medicamentos em geral tem prazo médio de validade em torno de 12 a 24 meses. A atual Secretária tem menos tempo na pasta do que os insumos no depósito. Ozenira assumiu a Saúde do Município em março de 2021.
Se em meio a pandemia, a Secretária nunca esteve no CDM para verificar os estoques de insumos, ou, os subordinados da pasta, dirigentes da PSMC, HMC, UPAs não mobilizaram para o uso ou distribuição dos mesmos, oras, uma imensa nuvem de negligência, incompetência, ingerência e irresponsabilidade paira sobre a Secretaria Municipal de Saúde e suas autoridades e olhe lá se isso não sobrar para a imagem do prefeito Emanuel Pinheiro que vislumbra uma eventual disputa ao governo em 2022.
Não seria um abacaxi na gestão Pinheiro, mas uma roça inteira, quando o cenário protagonista globalmente é a saúde da população.