23/11/2021 07:01
Lula afirmou em publicação nas redes sociais que o objetivo da viagem é colaborar para “melhorar a imagem do país no exterior”
Lula encontra Macron:
– Obrigado por me receber, companheiro Macron. Vou ficar bem na foto.
– Meu filme tá meio queimado aqui na França, companheiro Lulá. Mas pro Brasil serve, né?
– Serve bem. Presidente da França é presidente da França.
– Isso aí. Vamos aproveitando enquanto ninguém nota.
– Por falar em nota: rola um cheque pro Instituto Lula?
– Porra, Lulá. Depois de todo aquele roubo tu ainda tá pedindo dinheiro?
– Muita despesa, Macron.
– Tudo bem. Mas o que eu vou ganhar em troca?
– Um Lula de pelúcia e uma foto no Le Monde mostrando que você tá ajudando os famintos do Brasil.
– Gostei. Estou precisando mesmo de um gesto de grandeza.
– Ótimo. Obrigado, companheiro.
– Só pra eu ir ensaiando minha entrevista pro Le Monde: qual foi a maior ação humanitária do Instituto Lulá?
– Ah, tem uma porrada de ação, Macron. A que ficou mais famosa foi aquela dos pintinhos.
– Que pintinhos?
– Os pintinhos do meu sítio, que não é meu.
– Ah, lembrei. Atibaiá, né?
– Isso.
– Por que você nunca me convidou pra um churrasco lá?
– Porque com esse seu jeito arrumadinho o meu pessoal podia achar que tu é polícia.
– Entendi. Faz sentido. Mas voltando aos pintinhos…
– Nem me fala.
– Ué, foi você que falou.
– Eu sei. Mas é que esse assunto sempre me emociona.
– Por quê?
– Justamente pela ação humanitária do Instituto Lula. Era de lá que eu recebia as informações do caseiro do sítio sobre a situação dos pintinhos. E quando algum pintinho não estava bem, isso acabava com o meu dia.
– Imagino. E onde entra a ação humanitária?
– Tu é burro mesmo, hein, Macron? Justamente eu colocava todos os recursos do Instituto pra salvar os pintinhos. É pouco pra você?
– Não. Também me emociono. Mas salvar pinto é ação humanitária?
– Aí você mostra todo o seu preconceito. Pinto é um ser humano como outro qualquer. Só porque vira galinha você acha que não merece respeito?
– Não foi isso que eu quis dizer…
– Foi sim. O que você tem contra as galinhas? Sabia que você pode ser processado por preconceito?
– Contra as galinhas?
– Claro. Meu corpo, minhas regras. A galinha faz com o corpo dela o que quiser e ninguém tem nada com isso. Aliás, eu gostaria de lhe informar, sr. presidente, que qualquer maneira de amor vale a pena.
– Espera aí, Lulá. Eu não quis ofender ninguém. Só fiquei um pouco confuso com a classificação das espécies.
– É o que todos dizem. Mas não se preocupa, vou quebrar o seu galho.
– Obrigado. O que você vai fazer?
– Dobra o valor do cheque e eu te arranjo os melhores advogados. E os melhores juízes também.
– Eu vou ser julgado no Brasil?
– Claro. Seu crime foi cometido contra galinhas e pintinhos brasileiros, cujo habitat moral é o meu sítio que não é meu, então o juiz natural da causa também é meu. Ou melhor, de um amigo meu.
– Nada como ter amigos, né, Lulá?
– Eu não seria ninguém sem eles.
– E basta de preconceito contra as galinhas.
– E contra os pintinhos.
– E contra os demagogos.
– E contra os ladrões.
– Igualdade, fraternidade e liberdade!
– 2 milhões de dólares.
– O quê?
– O preço do que você falou.
– Como assim? Eu falei de princípios da Revolução Francesa. Isso sempre foi de graça.
– Em conversa com o Instituto Lula nada é de graça. Mas não se preocupe, tudo será revertido em causas humanitárias.
– Ufa. Então tá.
– Pela dignidade das galinhas!
– 50 real.
Por Guilherme Fiuza, jornalista e escritor com mais de 200 mil livros vendidos – entre eles: “Meu nome não é Johnny”, “3.000 dias no bunker” (ambos adaptados para o cinema), “O Império do Oprimido” e “Manual do Covarde”, Guilherme Fiuza trabalha para veículos como Jovem Pan, Gazeta do Povo e Revista Oeste. Seus canais no YouTube, Twitter e Instagram somam mais de 1 milhão de seguidores. Seu sonho é parar de falar de política – assim que a política permitir.