Opinião – Nasceu 2022

06/01/2022 06:10

Você alguma vez se perguntou por que
faz sempre aquelas mesmas coisas sem gostar?
Mas você faz sem saber porque, você faz!
Raul Seixas

Todo novo ano deveria ser sempre de esperança. Só que as dores vividas por parte significativa da sociedade brasileira faz nascer um 2022 cuja maior alegria é estar vivo, pois esperançar é um verbo quase impossível de conjugar para muitas famílias. Apesar das dores e do sofrimento, não houve parto, parece que não temos um novo brasileiro para o ano que acaba de chegar.

Nos últimos anos convivemos com tantas perdas pessoais, principalmente em função da pandemia. Além do cotidiano das fanfarrices políticas que expuseram as pessoas aos enfrentamentos meramente retóricos de pouco efeito prático. Foram anos de dores irreparáveis, principalmente na convivência, que findou a empatia e a bem vivência de muitas amizades e até de famílias.

Há um aparelho estatal que também usa o capital privado todo organizado para espalhar o ódio e o medo! Politicas binárias, separatistas e signatárias do divisionismo que não produz resultado prático além das brigas de torcidas organizadas, pró e contra.

Neste cenário nasce o enigmático 2022 com baixa expectativa na economia, principalmente nas atividades urbana, baixa expectativa de emprego e muito em função da inflação, principalmente nos itens básicos de sobrevivência; como gás, luz, cesta básica e etc.

2022 é ano de Copa do Mundo, de eleições gerais para os principais cargos políticos do país e mesmo assim não é possível ver empolgação para além dos aficionados contendores de plantão. Tudo isso tem razão de ser. Quem pode decidir por uma mudança para melhor não muda: o senhor cidadão! O país tem muita gente que sente orgulho da ignorância, da esperteza, da brutalidade, do preconceito, da intolerância e até da corrupção praticada pelos ídolos.

Escrevo sobre isso desde junho de 2013 (Copa das Confederações no Brasil e o enfrentamento com os black blocks nas ruas de São Paulo)  aqui falamos sobre os mesmos problemas: falta de lideranças objetivas, falta de gestão eficiente, falta de planejamento estratégico e principalmente  de um projeto de país. Tanto que tenho vários artigos com o título “2013 o ano que não terminou”!

Nestes anos o mundo em geral evoluiu muito e por aqui além do agro a única novidade é o ódio e o medo latente que tomou conta do discurso de parte dos brasileiros desde a campanha eleitoral de 2018.

Esta provocação só cresceu numa luta de vale tudo cuja arma mais usada é as famosas Fake News. Roger Stankewski já afirmara que “encontrar quem gosta das mesmas coisas que você é sempre bom, mas encontrar quem odeia as mesmas coisas que você é amor a primeira vista”. Deste embate o brasileiro sem ética perdeu a vergonha de se manifestar.

O frasista Helgir Girodo afirma que para testar nossa pobreza mental basta ver se já fizemos a mesma coisa errada três vezes. Em se tratando de voto, a frase cai bem como reflexão ao eleitor brasileiro. Uma vez que sem escolhas diferentes não teremos nada de novo para o ano novo. Afinal, não há perspectiva de ver um eleitor ir as urnas fazer o que já não fazia no passado. “É Insanidade continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”, já dizia Albert Einstein.

Que 2022 nos surpreenda positivamente e acorde esta nação para que as urnas não continuem sendo nosso chicote!

 

 

 

 

 

Por João Edisom de Souza é analista político em MT.