Opinião – Planos de Saúde em risco

Corremos o risco bem sério de quebrar 700 planos de saúde privados, quebrar o SUS como consequência, porque acreditamos que temos o direito à saúde pago pelos outros, escreve Stephen Kanitz

06/04/2022 05:32

”Existe uma preocupação com tetraplégicos, cadeirantes e outras doenças incapacitantes”

Foto: reprodução.

Vera Valente, presidente da FenaSaúde, organização que agrega os Seguros Saúde do Brasil faz grave alerta.

60% dos seguros saúde podem quebrar ou fechar, dependendo de mais uma decisão do STJ que poderá ser catastrófica.

Plano de Saúde privado é um dos maiores sonhos das pessoas pobres do país, como Ensino Privado, segundo pesquisa do próprio PT.

Tudo começa com a nossa Constituição “socialista democrata”, que reza que:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, (leia-se “dos outros”) garantido mediante políticas sociais.

Deveria ser “A saúde é uma obrigação do indivíduo, de se cuidar, de não abusar, de não se tornar obeso”.

Você detona seu fígado, e nós precisamos pagar por ser um direito determinado por políticos populistas à busca de votos?

No comunitarismo existe uma solidariedade onde cirurgias, por exemplo, são custeadas em parte pelos outros.

Existe uma preocupação com tetraplégicos, cadeirantes e outras doenças incapacitantes.

Mas depende também das amizades e solidariedade que você demonstrou com os outros ao longo da vida.

Fim do bullying de colegas mais estudiosos.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, reza que:

Artigo 25

1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde.

Pelo menos introduz o conceito que saúde tem que ser paga.

O que o STF pretende é determinar que doenças e tratamentos os seguros Saúde serão obrigados a fornecer.

No livre mercado, depende do contrato que você assinou em 1982, que na época não contemplava “Pet Scan”.

Muito menos os últimos remédios caríssimos em fase de experiência.

Em troca de um contrato previsível, seu seguro não aumentava de preço com a idade, como é hoje.

Se quiser remédios novos de ponta, você terá de pagar um adicional a cada dez anos, se quiser.

Ninguém reclama porque não sabe que quando chegar aos 70, os preços de seguro explodem, porque é aí que as graves doenças aparecem.

Corremos o risco bem sério de quebrar 700 planos de saúde privados, quebrar o SUS como consequência, porque acreditamos que temos o direito à saúde pago pelos outros.

Social-democracia leva a isso.

Toda a população, ricos e pobres ficam à mercê do Estado, que decidirá quem vai viver quem vai morrer.

Inaceitável numa Democracia.

 

 

 

 

Por Stephen Kanitz, é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.