O Governo do Estado assinou na manhã desta segunda-feira (29), o contrato para início das obras do BRT, que irá substituir o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), após um longo e desgastante imbróglio jurídico.
29/08/2022 11:31
Nova Engevix será a responsável
Tarifa será próxima da atual
Entrave foi contra a Prefeitura de Cuiabá
As obras do BRT (ônibus de trânsito rápido) na Grande Cuiabá deverão ter início em fevereiro do ano que vem, partindo da Avenida da FEB, em Várzea Grande. A informação é do secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Rafael Detoni.
O Consórcio Construtor BRT Cuiabá, liderado pela empresa Nova Engevix, foi o vencedor da licitação, realizada no mês de março. Ao todo, a obra de mobilidade é orçada em R$ 468 milhões.
Segundo Detoni, o consócio venceu a licitação na modalidade de Regime Diferenciado de Contratação Integrada (RDCi) e a previsão é de que, assim que findada a primeira fase de projetos, tenham início as obras. A expectativa é de que isso ocorra daqui a seis meses.
“A primeira parte é o consórcio mobilizar a equipe de projeto e as entregas de projeto. No cronograma os projetos vão de 6 a 12 meses. Mas vamos esperar 12 meses para começar a obra? Não. É por etapa: entrega a primeiro trecho dos projetos, aprova, inicia-se a obra. E continua-se fazendo os projetos de outros trechos. A expectativa é que em seis meses a gente tenha o início das obras”, explicou.
Nesta etapa, os trilhos que eram do VLT, bem como a rede elétrica, já instalada na Avenida da Feb serão retirados para dar lugar ao novo modal.
“Vai ser feita uma remoção do que não se aproveita para o BRT: trilho, rede aérea e subestações de energia, mas a canaleta e o espaço dedicado para a circulação de ônibus permanecem. Então, as obras já executadas na FEB permanecem: drenagem, pavimentação e alargamento de pista permanecem”, explicou.
Assim que finalizado o trecho de Várzea Grande, o consócio dará seguimento às outras quase fases da operação. Sendo a segunda na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA); a terceira na Avenida Fernando Correa com a Avenida Corel Escolátisco; a quarta fase, que engloba a Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha) e Avenida 15 de Novembro, tendo fim na quinta fase, que é o “laço” no Centro de Cuiabá.
Tarifa
O secretário-adjunto tem a estimativa de que a tarifa entre do novo modal seja próxima a já praticada pelo transporte coletivo tradicional em Cuiabá e Várzea Grande, que atualmente é de R$ 4,95.
Ele explicou que, como é Estado quem vai adquirir os ônibus elétricos, deverá haver essa “compensação” no valor final do transporte.
“Em relação a definição de tarifa não muda muito em relação ao que já existe hoje. […] O Estado vai adquirir a frota de ônibus e entregar para os operadores. Nós estamos fazendo um trabalho de redimensionamento da oferta, custos e do valor final da tarifa”.
“Com o Estado comprando a frota de ônibus, esse custo sai da tarifa. E isso gera um benefício para o usuário”, garantiu.
Imbróglio
As obras do BRT estavam travadas devido a uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) dada em uma ação do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que defende o VLT.
Um entendimento recente do TCE apontou que a Corte de Contas da União não tem competência sobre questões relacionadas ao BRT, já que não há verba federal envolvida na licitação. Por conta disso, o órgão levou a questão para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Lá, o ministro Dias Toffoli apontou que o TCE tem competência de fiscalizar obras do BRT nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, destravando o imbróglio jurídico e liberando as obras.
Da Redação com informações de Cintia Borges e Angélica Callejas no MídiaNews