Opinião – Mauro Mendes, o Agro e a PEC: “desmatou, perdeu!”

Os atestados e selos emoldurados, emitidos por Deus e o mundo, dando ao país, Estado e agronegócio respeitador do não desmatamento no MT e no Brasil (…) Vai faltar cofre para tanto dinheiro. Escreve Halisson Lasmar

30/11/2022 13:32

”A valorização majorada de nossos produtos será imediata, fruto da aplicação da legislação mais convincente do mundo e de seus inevitáveis resultados”

Governador Mauro Mendes na COP-27. Foto: Secom-MT

Numa távola que reuniu o motor propulsor do Agronegócio representado e o Governador Mauro Mendes, foi apresentada de forma democrática, didática e amparada por números, a ideia de Mendes surgida na COP, de aplicar a sanção de desapropriação para quem desmata ilegalmente e que deve ser trabalhada na criação de uma PEC no parlamento Brasileiro.

A observância constante do desmatamento ilegal, durante toda a conversa, foi amplamente reforçada e reiterada sempre, pela colocação da permissividade inquestionável do desmate legal e seus limites permitidos garantidos por lei e repetidos à exaustão pelo gestor… Area legal precisamos é avançar.

Mauro Mendes defende a ideia com vigor na oportunidade que estava calçada e demonstrada com os números do desastre ambiental e administrativo que foi herdado.

As dificuldades, prognósticos e entraves administrativos do sistema e modelo atual, estão provocando um movimento mundial, liderados pela comunidade Europeia e que se adotados, NÃO NOS SALVARÃO DE UM FUTURO NEFASTO, que pode prejudicar nossa imagem e negócios, independente dos parceiros e compradores de hoje e da hora.

Operação Tolerância Zero no Médio Norte de MT. Foto Secom-MT

Ser excluído dos mercados é a cortina de fumaça que arranjaram nossos concorrentes e as mudanças climáticas em terreiros alheios, são o alvo e a ferramenta dos preservacionistas rapazes de plantão… A COP os encheu de razão e Alemanha e França já lideram movimentos em estágio avançado de negociações com seus parlamentos e entidades.

Temos que nos antecipar aos fatos! Nos mexer rapidamente.

Propaganda negativa é ruim para qualquer negócio e desmatando, ela virá, esse é o foco dos ambientalistas, ONU,  ONGS e produtores de outros países.

Podem apostar todas as sacas nisso.

O Agro Brasileiro em sua importância, tamanho e influência, é um dos principais responsáveis pelos avanços econômicos desse Estado em todos os quadrantes, isso é indiscutível… Seus méritos são louváveis, sua tecnologia invejada, seu futuro observado em bolsas e sua produtividade alcançada nos últimos anos, muito cobiçada… Esse crescimento vertiginoso lhe traz alegrias, possíveis barreiras e uma carga gigante de invejas.

Imagem ilustrativa/Secom-MT

Em Governos passados, o mesmo Agro, teve a oportunidade única, com suas mais expressivas lideranças, de Governar, gerir e impulsionar o desmate legal, combater os desmatamentos ilegais, regulamentar e normatizar as atividades do campo, liderar as legalidades e promover uma agenda firme, transparente e legal na construção da legislação… Não o fizeram!

Governos posteriores vieram e de Blairo, passando por Sinval, explodindo em Taques, a batata quente da SEMA, que funcionava mal, já tinha milhares de processos, não se modernizou e virou palco de batalhas jurídicas e de quedas de braço, teve que ser primeiramente pacificada, posteriormente operacionalizada e agora modernizada… O órgão é ainda campo fértil para críticas, mas os avanços da gestão na área, são reverenciados e verbalizados pelos líderes do agronegócio hoje. O caminho está no rumo certo.

De rédeas mais firmes nas mãos, com o Estado arrumado, Mendes vem trabalhando o problema: Implantou a vigilância virtual, aumentou a estrutura da secretaria, tem promovido uma força tarefa para desenrolar as filas de licenças e emite multas aos transgressores a torta e a direita, num procedimento que cria uma ilusão de que respeita e é respeitado… Queimam, desmatam, ocupam e está tudo bem, não dá em nada, a legislação é conivente e o tempo beneficia apenas a delinquência…

Foram nestes quatro anos, 5 BI de multas emitidas durante a gestão, outras tantas, lá de trás, perdoadas, desse montante 2.9 BI são reconhecidas, passiveis de cobranças e execuções, que acabam caindo na morosidade da justiça e na inadimplência, e de tudo isso, somente 240 milhões foram recebidos, menos de 10%… Isso não paga nem brigadas de incêndio voluntarias no período de secas.

A constatação reconhecida pelos próprios processos de que não funciona, não inibi, não cessará nunca da forma como é conduzida é cristalina.

Os números, o desrespeito e a tranquilidade dos transgressores são a prova cabal da enganação.

O desmate ilegal, ainda por cima, atrai luzes, prejudica o desmate legal, a história e os avanços já conquistados do agronegócio e seus planos de futuro, que poderiam encontrar porto seguro na implantação dessa medida, devendo tratá-la como prioridade, dada a grandiosidade que pode se transformar e nos resultados claros e objetivos que vai provocar e proporcionar a todos os atores envolvidos. Isso é um “FATO” previsível.

‘DESMATOU, PERDEU”.

Genial ideia e em oportuníssima hora.

Nada mais intimidador e atemorizante para resolver isso e calar o mundo tratando o assunto com a energia e urgência que se faz necessária.

Penso num “mote”.

Na hora de fazer desmatamentos não coloque sua mão no fogo e se arrisque fazendo queimadas e degradando, sua terra vai ser confiscada… Simples assim!

É o melhor caminho para no próximo ano, em plena efervescência da COP 23, 1.5 graus a mais provocando suor no planeta,  aparecêssemos num fodástico stand de BRASIL e MT, nossas lideranças do Governo enternadas, do agro ecológica e legislativamente correto e reconhecido, de reluzentes chapéus, dos felizes militantes ambientais com suas  boinas verdes e  todos fazendo o barulho no espaço.

Já dá para imaginar todos se congraçando, comemorando e   distribuindo cartões sob os aplausos, aprovação, exemplo e atenções do mundo.

Pelas paredes do espaço na próxima conferência, os atestados e selos emoldurados, emitidos por Deus e o mundo, dando ao país, Estado e agronegócio respeitador do não desmatamento no MT e no Brasil, todas as atenções, recursos para fiscalização e fundos perdidos para o combate… Vai faltar cofre para tanto dinheiro.

Não nos esqueçamos é logico, que acompanhando os esforços do avanço ambiental reconhecido com a implantação e operacionalização da nova lei e da segurança jurídica da ação, a valorização majorada de nossos produtos será imediata, fruto da aplicação da legislação mais convincente do mundo e de seus inevitáveis resultados.

DESMATOU, PERDEU! – Isso é muito forte.

O Agro deve inteligentemente apoiar e encampar a PEC de olhos fechados, pois será no futuro, o maior beneficiado.

Cada selinho já aumenta em US20 a saca, querem apostar?

Vamos mobilizar e fazer essa história à muitas mãos.

 

 

 

 

 

Por Halisson Lasmar, jornalista em Mato Grosso