É imprescindível a eleição de pessoas honestas e competentes, responsáveis e comprometidas com a promoção do bem comum e da justiça. Escreve Eurico de Andrade Neves Borba.
05/09/2023 06:54
“A outra alternativa, indesejável mas possível, seria a espera do grande conflito, sangrento e destruidor, entre os marginalizados e a classe dominante”
Aproximando-se mais um período eleitoral no nosso país, é importante refletir sobre alguns poucos aspectos definidores das opções para o exercício do voto. O voto é o instrumento maior da Democracia.
Nós somos culpados pela anarquia social e política que paira sobre a humanidade. Erramos muito na escolha dos nossos representantes, tanto no Poder Legislativo como no Poder Executivo. São eles os instrumentos democráticos insubstituíveis no trabalho de conquista do progresso e do bem comum.
As pessoas parecem desconhecer que qualquer ação humana, se não tiver sustentação num princípio ético, passa a ser iniciativa opressora ou inescrupulosa.
A Democracia, nas últimas décadas, enfraqueceu-se ao não resolver as questões do uso correto do meio ambiente, da fome, do desemprego e da miséria que atingem mais de 4 bilhões de pessoas em todo o mundo. Também não coibiu o progressivo sutil controle exercido sobre os povos, pelas mais apuradas técnicas de marketing, (com base em enormes bases de dados e o uso da inteligência artificial), induzindo o consumo e o comportamento político submisso na aceitação do status quo, com a eleição de cidadãos servis à classe dominante, nos parlamentos, (o supremo poder), de todo o mundo.
É preciso voltar a sonhar com a vida coletiva solidaria e justa, fundada em sistemas educacionais de qualidade para todos, com as Religiões históricas voltando a ser as mestras do ensinamento ético. É imprescindível a eleição de pessoas honestas e competentes, responsáveis e comprometidas com a promoção do bem comum e da justiça.
A outra alternativa, indesejável mas possível, seria a espera do grande conflito, sangrento e destruidor, entre os marginalizados e a classe dominante, quando a maioria dos miseráveis se revoltarem ao perceber que a situação social se tornou insuportável e que nada acontecerá para modificá-la, a não ser um radical movimento revolucionário, sem objetivos claros a serem alcançados, expressão de puro desespero com as atuais injustiças sociais que se agravam a cada dia.
Por Eurico de Andrade Neves Borba, 83 anos, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, é membro do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, mora em Ana Rech, Caxias do Sul, [email protected]