Economistas (…) podem estar inadvertidamente conduzindo recursos previdenciários para um Estado com sérios problemas financeiros e insolvente. Escreve Stephen Kanitz.
07/11/2023 06:02
“Compartilhe esta análise, pois é essencial que informações precisas sejam disseminadas”
O déficit orçamentário da União não corresponde a apenas 1% do PIB, como divulgam economistas e jornalistas.
A dificuldade de economistas em medir adequadamente esse problema dificulta sua resolução.
Por isso em Administração ensinamos Contabilidade de Custos, orçamento gerencial e estatística corporativa para evitar erros no início da análise e, assim, facilitar a busca por soluções verdadeiras.
Para o ano de 2024, as Receitas estão estimadas em 5,546 trilhões, enquanto as Despesas alcançam 5,666 trilhões, resultando em um déficit de 120 bilhões.
O que corresponde a 1% do PIB de 10 trilhões.
Economistas acham que esse déficit de 1% será facilmente financiado por mais dívida, o que de fato seria razoável se o número fosse correto.
No entanto, o déficit real é de 6% para 2024 e aumentará para 7% nos anos seguintes, incluindo 2025 e 2026.
A questão central é que Haddad e Lula estão considerando as contribuições previdenciárias como Receitas do Governo, quando na verdade são Dívidas a Longo Prazo, obrigações a serem pagas pelos próximos governos.
Portanto, as Receitas reais de 2024 serão de apenas 5 trilhões, enquanto as Despesas atingirão 5,666 trilhões, resultando em um déficit de 666 bilhões, que corresponde a 6% do PIB.
É importante destacar que as contribuições previdenciárias representam uma Dívida de Longo Prazo, não uma Receita corrente.
Que contribuições previdenciárias são uma Dívida a Longo Prazo e não uma Receita corrente não há a menor discussão possível, porque é justamente por isso que vocês empregados estão contribuindo com 28% de seus salários.
Porque te prometeram uma aposentadoria vitalícia daqui 30 anos, o que é uma Dívida Líquida e certa e você ainda acredita que um dia será paga.
Esse déficit de 26% durante o governo Lula terá que ser financiado por dívidas que serão pagas pelos governos futuros, o que pode ser considerado antiético e injusto, embora não seja inconstitucional.
Uma parte significativa desse financiamento, ou seja, 540 bilhões, já está assegurado e será proveniente dessas contribuições previdenciárias dos cidadãos, em vez de serem destinadas a fundos de pensão próprios, como muitos liberais e conservadores sugerem.
Este déficit de 26% do PIB em 4 anos é de proporções monumentais e deve ser cuidadosamente considerado.
Portanto, é crucial conscientizar os contribuintes sobre esse déficit de 26% do PIB, pois economistas, tanto do setor privado quanto do governo, podem estar inadvertidamente conduzindo recursos previdenciários para um Estado com sérios problemas financeiros e insolvente.
Compartilhe esta análise, pois é essencial que informações precisas sejam disseminadas.
O déficit será de 26% do PIB e os contribuintes para a previdência precisam saber disto.
Por Stephen Kanitz, é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.