é preciso a participação da sociedade do processo político para que existam mudanças para as novas gerações. Escreve José Ricardo Costa Marques Corbelino.
26/04/2024 08:59
“Brasileiros percorreram longo caminho até obter direito irrestrito ao voto”
Bom, em outubro vindouro iremos escolher as pessoas que vão nos representar nos próximas 4 anos. Parece uma grande responsabilidade não é? Não só parece como é! Por isso que seu voto é tão importante eleitor!
Sem dúvida, os brasileiros percorreram um longo caminho até obter o direito irrestrito ao voto, o que reveste essa conquista de maior valor. Mais do que isso: numa recente democracia, como no Brasil, torna-se ainda mais importante a tarefa de escolher corretamente os candidatos que serão eleitos nas próximas eleições. Afinal, trata-se de um ato de cidadania.
É preciso ter em mente que os escolhidos nas próximas eleições municipais irão elaborar e executar as leis que interferem direta e indiretamente na vida de todos. Para votar, é preciso levar em conta questões como o passado do candidato (pessoal, político e partidário), suas propostas e ideias. Além disso, o cidadão deve manter-se bem informado sobre as questões que envolvem a política, tanto em relação aos que já desempenham mandato eletivo quanto aos que se apresentam publicamente para disputar um cargo pela primeira vez.
Mas, apesar desse distanciamento e “descrédito” da sociedade para com a política, o voto ainda é o maior dos atos de protestos que a população pode fazer quando o assunto é garantir melhores condições sociais e econômicas para todos. A Constituição Federal diz que “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”, ou seja, é a vontade popular que vai definir os rumos da sua cidade pelos próximos anos e, por isso, é preciso ter uma maior consciência em relação às eleições.
Entender que o ato de votar não é uma obrigação, mas sim um direito e reflexo da democracia é um dos primeiros passos para que o eleitor faça o bom uso dessa ferramenta e, de forma criteriosa, consiga eleger representantes políticos realmente comprometidos com os interesses e necessidades da população.
Para auxiliar no exercício da cidadania através do voto existem sites que disponibilizam informações de candidatos, nas quais o eleitor pode fazer pesquisas mais aprofundadas e saber como foi à conduta de determinado político nos últimos anos, bem como quais as propostas que ele apresenta em novo plano de governo.
A par desse tema, em uma palestra ministrada pelo então juiz da 1ª Zona Eleitoral, Dr. Jamilson Haddad Campos, em 23.06. 23, na Câmara Municipal de Acorizal, o ilustre e digno magistrado destacou que a democracia virou realidade na vida em sociedade e que a participação de estudantes e jovens é essencial para a efetividade da cidadania, senão vejamos:
“(..) Este envolvimento pode se dar antes mesmo de votar, com apresentação de sugestões e demandas. Vivenciar esse espírito democrático, essa cidadania que está em expansão, e fomentar os nossos sonhos representa a participação política”, ponderando a importância de fazer o título eleitoral já a partir dos 16 anos de idade (…)”
Assim, cada um dos nossos eleitores tem o direito de escolher, de maneira absolutamente livre, o seu candidato. O importante é cumprir com o dever cívico de votar, para o fortalecimento da nossa democracia. Votar é um poder-dever. O ato de votar constitui um dever e não um mero direito. A essência desse poder-dever está na ideia da responsabilidade que cada cidadã ou cidadão tem para com a coletividade ao escolher seus mandatários.
Apesar dos avanços de história democrática, ainda há um vasto caminho para garantir, de fato, que todos os cidadãos e cidadãs participem da vida pública e das decisões políticas em igualdade de condições. É neste sentido que a participação direta encontra sua importância, seu poder de transformação e sua relevância para a construção de cidades mais justas e inclusivas.
Logo, é preciso a participação da sociedade do processo político para que existam mudanças para as novas gerações, especialmente para desmistificar as desinformações sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral.
Por José Ricardo Costa Marques Corbelino é advogado.