Opinião – A força do indivíduo em meio à tragédia do RS

Independentemente das autoridades públicas, a população tirou vítimas da enchente que estavam debaixo d’água; procurou desaparecidos. Escreve Felipe Camozzato.

15/05/2024 05:47

“Precisamos manter o engajamento da sociedade civil do RS e de todos os estados brasileiros”

Voluntários se mobilizam neste sábado para fazer separação e destinação das doações no Rio Grande do Sul.| Foto: Divulgação/Eliezer Falcão

O primeiro-ministro do Reino Unido Winston Churchill (1874-1965), que viveu tempos tenebrosos durante a Segunda Guerra Mundial, foi um célebre frasista e dizia que: “A coragem é a primeira das qualidades humanas, porque é a qualidade que garante as demais”.

Pois coragem foi o que não faltou nos últimos dias para milhões de gaúchos que atuaram na linha de frente dos salvamentos e atendimentos aos desabrigados da maior catástrofe do Rio Grande do Sul. Realmente tivemos uma grande rede de solidariedade, que foi e está sendo resiliente às inúmeras dificuldades impostas.

Nas últimas semanas caóticas que vivemos em todo o estado, observamos que o poder público não conseguiu estar presente em todos os momentos para auxiliar a população nos momentos mais críticos. Ninguém esperava – nem mesmo as maiores autoridades e especialistas – a dimensão da catástrofe que vivemos. No entanto, a força do indivíduo mostrou o seu valor imensurável.

Passados os primeiros momentos em que estragos foram registrados em centenas de municípios, gaúchos voluntários se organizaram rapidamente e, de forma orgânica, começaram a trabalhar para mitigar os inúmeros problemas que apareciam a cada hora. A população se mobilizou, com a ajuda do Whatsapp e das redes sociais, através de entidades da sociedade civil organizada, clubes, empresas, associações de bairros e condomínios residenciais, por exemplo.

Independentemente das autoridades públicas, a população tirou vítimas da enchente que estavam debaixo d’água; procurou desaparecidos; organizou e destinou doações; preparou marmitas e lanches; montou albergues para os desalojados. Asseguro que a tragédia mostrou o que o ser humano tem de melhor.

Após o período crítico de salvamentos e da assistência para os desabrigados, a fase da reconstrução será longa e tortuosa. Desta forma, já agradeço as importantíssimas doações que estão vindo de todos os cantos do o Brasil. De forma consistente, precisamos manter o engajamento da sociedade civil do RS e de todos os estados brasileiros.

 

 

 

 

Por Felipe Camozzato é deputado estadual pelo Novo-RS.

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