Opinião – Uma stasi brasileira em plena ação

Foi exatamente assim que os censores, também disfarçados com “abotoaduras” de esquerda, fizeram a revolução silenciosa no ocidente. Escreve Dinho Ferrarezi.

26/06/2024 05:51

“É uma Stasi em plena ação, e com todo o apoio da máquina estatal”

Pedido de investigação de supostas “fake news” contra o governo foi feito por Paulo Pimenta, responsável pela Secom do presidente Lula.| Foto: Lucas Leffa

Enquanto o resultado das enchentes no Rio Grande do Sul continua mostrando todo o estrago físico e emocional na população, o governo petista, ao invés de focar nos esforços de resgate e reconstrução, concentra-se em mascarar sua total inoperância, desqualificando ainda mais o que sempre foi apenas um slogan – “União e Reconstrução” –, implementando uma estrutura de horror, com base numa rede de censura, visando sempre silenciar críticos, como se fosse uma espécie de stasi brasileira.

Sob o pretexto de combater a “desinformação”, esta palavrinha oriunda de uma novilíngua, fazendo parte desta novela mal escrita com a finalidade de confundir, e claro, nunca esclarecer, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) criou grupos de WhatsApp para disseminar narrativas pró-governo e derrubar contas de opositores ou mesmo meros críticos de ocasião. Não é exagero chamar este esforço clínico e aberracional de “stasi brasileira”, em referência à polícia secreta da Alemanha Oriental.

Atualmente no Brasil, é cada vez mais constante as iniciativas para controlar os discursos que desafiam a narrativa oficial. O controle é sempre camuflado pela famigerada expressão “regulação”. Assim como no best-seller 1984, de George Orwell, presenciamos um “Ministério da Verdade” no governo Lula, com o apoio de muitas agremiações, contendo a lastimável presença de veículos midiáticos, que lamentavelmente renunciaram à função de informar. A matriz do ministério gosta de revezar o autoritarismo com outros órgãos, como o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal Eleitoral, mas mantendo sempre a desculpa de querer “combater a disseminação de notícias falsas”. Trata-se de um grupo de caça às “fake news”. Mas, afinal, quem vai decidir o que é falso quando até a opinião é considerada falsa, a depender, claro, de quem está opinando?

Aparentemente, o “Gabinete do Amor”, não se importa com a mensagem ou a melhora de sua imagem; eles querem pegar o mensageiro, assim o procedimento é mais fácil e eficaz. Foi exatamente assim que os censores, também disfarçados com “abotoaduras” de esquerda, fizeram a revolução silenciosa no ocidente. Mas agora não há tempo para estratégias, eles simplesmente efetuam o banimento, a começar pelas redes sociais. Além de atacar os opositores e defender o governo, os grupos fazem denúncias coordenadas em massa para calar seus adversários políticos. É uma Stasi em plena ação, e com todo o apoio da máquina estatal.

 

 

 

Por Dinho Ferrarezi é jornalista.

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