Opinião – IPS: Brasil despenca em índice internacional de qualidade de vida

Já há alguns anos sai um índice chamado IPS, que mede a qualidade de vida das pessoas, o grau de satisfação social e o atendimento das necessidades básicas. Escreve Alexandre Garcia.

05/07/2024 15:50

“Brasília aparece como a melhor cidade em qualidade de vida”

Brasília foi considerada a cidade com maior qualidade de vida na edição 2024 do índice IPS.| Foto: Mario Roberto Duran Ortiz/Wikimedia Commons/Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported license

Já há alguns anos sai um índice chamado IPS, que mede a qualidade de vida das pessoas, o grau de satisfação social e o atendimento das necessidades básicas. É uma pesquisa feita por duas instituições da mais alta credibilidade – o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Universidade Harvard – e que mede saúde, nutrição, saneamento, água, moradia. Sabem o que está acontecendo com o Brasil? O país despencou do 46.º lugar para a 67.ª posição em dez anos. É vergonhoso.

Nos dados internos, Brasília aparece como a melhor cidade em qualidade de vida. A cidade da nomenklatura, dos melhores salários – porque são salários gerados pelos impostos de todos. A cidade da burocracia da democracia estatal, dos três poderes da República, da concentração do funcionalismo federal. Brasília tem muito comércio, muito serviço, tem até indústria e uma agricultura pujante – já existe até uma Estrada do Vinho –, mas é estranho que Brasília desponte assim.

Depois de Brasília vem Goiânia, ainda nesse Centro-Oeste forte. A cidade está bem por causa da pecuária e da agricultura; de fato, há muita riqueza em Goiânia. E agora o estado de Goiás ainda tem um bom governador dando segurança aos cidadãos. Depois vem Belo Horizonte, a capital das Alterosas; em seguida, Florianópolis e Curitiba. Lá atrás estão Maceió, Macapá e Porto Velho, entre as últimas. Muitas vezes isso não é só consequência de administrações municipais, é um efeito geral. Vejo, por exemplo, o Maranhão, que teve políticos de peso, até presidente da República; ou a Bahia, que teve uma força como Antônio Carlos Magalhães. No entanto, ambos ficam patinando em termos de qualidade de vida, de bem-estar social, de segurança pública e de saneamento básico.

 

 

 

 

Por Alexandre Garcia, colunas sobre política nacional publicadas de domingo a quinta-feira.

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