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MT consolida como referência em gestão florestal, mostrando que tecnologia e compromisso com o meio ambiente caminham lado a lado no desenvolvimento socioeconômico sustentável. Escreve Ednei Blasius.

06/12/2024 05:22

“Evolução tecnológica tem papel fundamental no fortalecimento do setor florestal”

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A evolução tecnológica desempenha um papel fundamental no fortalecimento do setor florestal em Mato Grosso, promovendo avanços que garantem eficiência, transparência e rastreabilidade em todas as etapas da cadeia produtiva madeireira. Nesse contexto, o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora 2.0) se destaca como ferramenta estratégica para o controle e monitoramento da cadeia produtiva da madeira nativa.

Funciona de forma integrada aos dados da plataforma federal do Documento de Origem Florestal Rastreabilidade – DOF+, um sistema robusto e inovador que acompanha a trajetória da madeira  desde a colheita na floresta até a comercialização final.

O DOF+ amplia a integração e o controle das operações florestais em nível nacional. Ele centraliza informações sobre a origem e o transporte de produtos florestais, promovendo maior transparência e combatendo a ilegalidade em todo o país.

Essa rastreabilidade completa proporciona segurança tanto para os produtores quanto para os consumidores. Quem adquire madeira de Mato Grosso tem a certeza de estar comprando um produto com origem legal, manejado de forma sustentável e com todos os processos rigorosamente regulamentados. A interoperabilidade entre o Sisflora 2.0 e o DOF+ fortalece ainda mais a governança florestal, consolidando um sistema de fiscalização e rastreabilidade.

Na prática, ambos os sistemas registram todas as etapas da cadeia madeireira, desde a colheita, transporte, desdobramento até a comercialização. Esses sistemas possibilitam a rastreabilidade completa das operações, permitindo a localização exata das árvores colhidas, com informações detalhadas como coordenadas geográficas, faixa, secção, número de indivíduos, quantidade de toras extraídas por árvore, número da autorização vinculada ao imóvel rural, data da transformação e rendimento volumétrico da madeira.

Tudo isso é viabilizado por tecnologias de georreferenciamento e relatórios detalhados, que garantem um mapeamento reverso preciso, promovendo uma gestão integrada e transparente. Para os empresários do setor, essas ferramentas não apenas facilitam o cumprimento das exigências legais, mas também reduzem riscos e otimizam as operações, trazendo maior eficiência e segurança ao processo.

Com mais de 5 milhões de hectares de florestas manejadas, os números do setor florestal de Mato Grosso reforçam a importância dessas iniciativas. Em 2024, o estado produziu aproximadamente 4 milhões de metros cúbicos (m3) de madeira nativa, dos quais uma parcela significativa foi destinada ao mercado internacional, com volume de 188.794 toneladas de produtos florestais exportados e que movimentaram US$ 100,9 milhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Além de garantir a segurança nas operações e fortalecer a credibilidade do setor no mercado internacional, cada vez mais exigente quanto às normas ambientais, os sistemas reforçam o compromisso das empresas de base florestal com a sustentabilidade. Ao garantir que toda madeira colhida esteja dentro dos parâmetros legais, esses conjuntos interligados contribuem diretamente para a proteção das florestas em pé, alinhando a produção à conservação ambiental.

Por meio do Sisflora 2.0, Mato Grosso consolida sua posição como referência em gestão florestal, mostrando que tecnologia e compromisso com o meio ambiente caminham lado a lado no desenvolvimento socioeconômico sustentável.

Contudo, desafios relacionados à instabilidade e falhas na comunicação entre os sistemas de controle, como o Sisflora 2.0 e o DOF+ ainda afetam a produtividade das empresas de base florestal, ocasionando paralisações e impedindo a comercialização da produção madeireira. Essa situação resulta em prejuízos significativos à atividade econômica, evidenciando a necessidade de melhorias na integração e no funcionamento das plataformas.

 

 

 

 

Por Ednei Blasius é presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem).

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