Opinião – Entre a crise e o colapso: Brasil luta pela sobrevivência

Brasil está em uma encruzilhada. Continuar pelo caminho atual significa aprofundar o ciclo de estagnação e retrocesso. Escreve Carlos Arouck.

08/01/2025 06:07

“O descontentamento cresce proporcionalmente à profundidade da crise econômica e social.”

A política fiscal do governo Lula 3, com Fernando Haddad no Ministério da Fazenda, é um melancólico espetáculo circense. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Por décadas, o Brasil tem alternado entre momentos de esperança e desilusão, mas o atual governo Lula/Alckmin parece ter levado o país a um estado de perplexidade coletiva. Dois anos após assumir o poder, a administração enfrenta críticas por uma gestão que, ao invés de trazer a reconstrução prometida, mergulha o país em um abismo econômico e social sem precedentes.

Os sinais de alerta são claros: inflação descontrolada, aumento vertiginoso dos combustíveis, dos preços dos alimentos, elevação de impostos e um déficit fiscal que ameaça paralisar o país. As famílias brasileiras sentem o impacto de uma política econômica do governo Lula que parece penalizar os mais pobres. Promessas de crescimento foram substituídas por juros astronômicos e um endividamento generalizado, deixando trabalhadores, pequenos empresários e até a classe média com poucas alternativas além de apertar o cinto.

O Brasil está em uma encruzilhada. Continuar pelo caminho atual significa aprofundar o ciclo de estagnação e retrocesso. A alternativa exige coragem e liderança para implementar mudanças estruturais que promovam crescimento sustentável

O aumento do dólar a patamares alarmantes só agrava a crise. Essa desvalorização do real afeta diretamente a economia em vários níveis. Para os consumidores, o preço dos produtos importados, incluindo eletrônicos, remédios e itens básicos dependentes de insumos externos, torna-se insuportável. Para a indústria, os custos de produção sobem, pressionando ainda mais a inflação e reduzindo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Além disso, a alta do dólar aumenta a dívida pública, indexada à moeda americana, limitando o investimento em áreas essenciais e aumentando a percepção de risco entre investidores, o que afasta capitais necessários para a recuperação.

Os recordes negativos se acumulam sob o atual governo Lula. Estatais, outrora pilares da economia, agora sofrem com prejuízos históricos, revelando falhas graves de gestão. Enquanto isso, programas como a Lei Rouanet recebem recursos exorbitantes, em contraste com a negligência em áreas cruciais como saúde e educação. O resultado é evidente: hospitais lotados, escolas sucateadas e um aumento alarmante de doenças como a dengue.

A devastação ambiental é outro ponto de fracasso do governo de Lula. Queimadas e desmatamento na Amazônia e no Pantanal não só ameaçam o ecossistema mas também colocam em risco a posição internacional do Brasil. Em um mundo cada vez mais preocupado com questões climáticas, o país caminha para um isolamento que pode ter consequências econômicas severas.

Para o cidadão comum, o aumento do dólar significa mais dificuldades diárias. O preço dos combustíveis, sensível às variações da moeda americana, é um fardo crescente para as famílias, afetando diretamente o transporte, os fretes e, consequentemente, o custo de produtos básicos. Viagens internacionais, antes acessíveis à classe média, tornaram-se um sonho distante, assim como a educação no exterior para muitos jovens brasileiros. Setores como tecnologia e saúde, que dependem de importações, sentem o impacto com o aumento dos preços de equipamentos e medicamentos.

O descontentamento cresce proporcionalmente à profundidade da crise econômica e social. O debate público agora inclui a palavra “impeachment”, refletindo o clamor de uma parcela significativa da população. Alianças políticas, antes vistas como uma fortaleza do governo Lula, mostram-se frágeis, com aliados históricos se distanciando e críticos ganhando espaço.

Internacionalmente, a chegada de um governo republicano nos Estados Unidos adiciona mais tensão. Pressões por políticas ambientais mais rigorosas e ajustes comerciais podem intensificar as dificuldades de uma administração já sobrecarregada por crises internas. O Brasil está em uma encruzilhada. Continuar pelo caminho atual significa aprofundar o ciclo de estagnação e retrocesso. A alternativa exige coragem e liderança para implementar mudanças estruturais que promovam crescimento sustentável e priorizem o bem-estar da população.

 

 

 

 

Por Carlos Arouck, policial federal, é formado em Direito e Administração de Empresas.

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