Opinião – Foi o livre mercado que tornou a mulher moderna possível

sem o livre mercado, as mulheres ainda estariam lavando roupa no rio e precisando da autorização do marido para abrir uma conta bancária. Escreve Letícia Barros.

10/03/2025 05:46

“Países com mais liberdade econômica são países onde as mulheres são mais livres e prósperas.”

Ilustrativa.

Pouco se fala sobre o paradoxo do feminismo moderno, um tema importante, ainda mais no Dia Internacional das Mulheres. Esse silêncio talvez se dê por causa do discurso dominante que exalta as conquistas das mulheres no último século, mas ataca as verdadeiras forças que as tornaram realidade. Se hoje as mulheres têm o poder de escolha sobre qual caminho seguir ou quantos filhos ter, o responsável por isso é o livre mercado.

Qualquer estudo superficial, porém honesto, da história da humanidade evidencia que o Estado sempre foi o maior obstáculo para a liberdade feminina. Governos sempre impuseram restrições à mulher por meio de leis que limitavam seu direito à propriedade, trabalho, educação ou estado civil. O governo esteve tão preocupado com este último que até mesmo um Estatuto da Mulher Casada existiu no Brasil, há pouco mais de 50 anos. E o que era para ser um avanço tornou-se um documento que ainda restringia a capacidade civil das mulheres casadas, impedindo-as de administrar plenamente seus próprios bens.

Outro exemplo claro de como o Estado se disfarça de herói enquanto sabota as mulheres está na imposição de  legislações de “proteção”, que vendem a ilusão de um País das Maravilhas, mas, na prática, criam armadilhas que impedem as mulheres de entrarem e prosperarem no mercado de trabalho. A Lei da Igualdade Salarial do governo Lula, que provavelmente será citada neste Dia Internacional das Mulheres como positiva, é o típico presente de grego estatal. Vendida como um avanço para as mulheres, a legislação ignora as dinâmicas do mercado e impõe novas burocracias que desestimulam a contratação feminina.

Por outro lado, quando analisamos os resultados advindos da implementação de um mercado minimamente livre — isto é, no qual há livre concorrência entre empresas, os preços são determinados pela oferta e demanda e as trocas são voluntárias —, percebemos que um dos mais importantes foi a possibilidade de as mulheres, acima de tudo, fazerem escolhas. E não somente escolhas relacionadas à trajetória profissional, mas também escolhas relacionadas à vida pessoal, uma vez que o livre mercado não funciona sem a proteção das liberdades individuais.

Neste sentido, não é o sexo que define quem prospera, mas sim o mérito, a produtividade e a demanda. A concorrência impulsiona empresas a contratarem os melhores talentos com melhores salários, o que é fator fundamental para alcançar a independência financeira tão sonhada pelas mulheres modernas. Com o avanço econômico e a necessidade crescente de mão de obra qualificada, as oportunidades para as mulheres se expandiram naturalmente, permitindo que conquistassem cada vez mais espaço no mercado de trabalho sem depender de imposições estatais.

Além disso, a mais importante característica de um ambiente onde a livre concorrência prospera é a inovação. As mulheres não só tiveram a oportunidade de inovar por meio do empreendedorismo feminino, como também foram profundamente beneficiadas pelas inovações que ocorreram ao longo dos anos em virtude de um sistema capitalista que foi se desenvolvendo exponencialmente. O avanço tecnológico e sua acessibilidade cada vez maior foi fundamental para providenciar ferramentas para a educação feminina. A invenção da pílula anticoncepcional expandiu a liberdade reprodutiva e sexual da mulher.

Diante desse cenário, insistir em mais intervenção estatal para “proteger” as mulheres não é apenas contraditório — é um retrocesso. O Estado nunca foi o grande aliado feminino e confiar nele para garantir nossa liberdade é ignorar a própria história. Os países com mais liberdade econômica são os países onde as mulheres são mais livres e prósperas. Neste Dia Internacional das Mulheres é preciso encarar os fatos: sem o livre mercado, as mulheres ainda estariam lavando roupa no rio e precisando da autorização do marido para abrir uma conta bancária.

 

 

 

 

Por Letícia Barros é presidente do Instituto Lola Brasil.

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