Opinião – O limite do quadrado de cada um

A falta de caráter foi o que nos trouxe ao caos em que nos metemos. O que leva a considerar que escorpiões existem de todos os tipos, tamanhos e formas. Escreve Marcelo Portocarrero.

08/05/2025 05:31

“A falta de caráter foi o que nos trouxe ao caos em que nos metemos”

Ilustrativa.

Parece que o limite de cada um deixou de ser regra e passou a ser exceção.

Prova disto é termos um legislativo que cede os seus, um governo que não os tem e um judiciário que não os respeita.

Uma vez assim entendido o assunto, é muito provável que o mesmo aconteça nas instâncias inferiores dos três poderes da República, replicando as já frequentes interpretações financeiras, políticas e técnicas, nesta ordem de prioridade, por eleitos e nomeados – togados ou não – e, quem sabe, até concursados, para fazer o contrário do que deveriam.

Falar em toga me faz lembrar uma frase de Musônio Rufo, um estoico, para quem a filosofia não consiste em exibição externa, mas em prestar atenção ao que é necessário e estar consciente disso.

A interpretação mais adequada de suas palavras consiste em que não é a vestimenta que faz o monge, nem a toga o juiz, muito menos um facelift, tão em moda no meio político, entre influencers, artistas e socialites, faz a real beleza.

Uma pessoa digna não é identificada pelo que possui, aparenta ter ou pensa ser.

Só existe uma maneira de se fazer reconhecer, e esta é pelo caráter.

Quanto a outras formas de reconhecimento, não se iluda; elas todas são parecidas com a fábula do escorpião com a rã, aquela em que ele pede para ser levado ao outro lado do rio prometendo não aplicar sua picada fatal.

Em nosso caso, a eventual analogia se aplica à causa da morte do modelo da democracia clássica ateniense ou, em outras palavras, à falácia da sociedade globalista, a tal Nova Ordem Mundial, incentivada e financiada pela “elite poderosa” à semelhança da que os atenienses diziam ser o câncer da sociedade e que, por incrível que pareça, permanece sendo o vetor do mal e não sua cura.

Recentemente, vimos algo semelhante acontecer nas decisões tomadas por organizações, foros e conselhos mundiais no enfrentamento da virose que, desconfia-se, possa ter sido produzida em laboratórios custeados por governos e instituições progressistas.

A falta de caráter foi o que nos trouxe ao caos em que nos metemos. O que leva a considerar que escorpiões existem de todos os tipos, tamanhos e formas.

Hoje, as razões de existirem esses artrópodes políticos parecem ser as mesmas, dadas as formas de atuação e modificações paulatinamente introduzidas por eles através das ampliações do pseudo escopo humanitário que buscam implementar a título de evolução, mas que não passam de reformas social-globalistas.

Provas disso são fáceis de perceber; basta olhar para o desregrado acolhimento de pessoas oriundas de países ex-colônias europeias, gente de boa fé mas também de interesses escusos, que acabaram por minar a estabilidade socioeconômica de seus antigos colonizadores, tal qual uma ampulheta sendo revirada, onde o que estava por cima parece estar se colocando no lado de baixo.

O certo não deveria ter sido reduzir os movimentos migratórios através de investimentos consistentes e definitivos em suas regiões de origem desde os tempos em que eram colônias das potências europeias?

Não seria essa a ação que evitaria a reação e as consequências para quem voltou a perder a razão ao se expor abertamente a uma droga cuja dosagem está se tornando veneno?

O que fazem instituições como a ONU, com seus 193 países membros; BRICS, composto por 5 membros fundadores e outros tantos agregados; o MERCOSUL, com 4 países-membros e 5 países membros-associados; a UE (União Europeia), que conta com 27 países membros, a dona da casa, por assim dizer; o WEF (Fórum Econômico Mundial), cujos 22 conselheiros nada propõem de concreto para solução das desigualdades que trouxeram a esta situação; e a OMS (Organização Mundial da Saúde), com 194 estados-membros, para quem a saúde parece não passar pelas desigualdades, vez que só busca remediar o que deveria ser evitado?

Que dizer então das outras tantas organizações, tais como: ONGs, OSCIPs, etc., que existem no mundo? Para que foram criadas e por que ainda não há solução de continuidade na miséria do mundo?

Isso tudo sem falar das organizações, alianças e tratados militares, que congregam países com objetivos comuns de defesa e, porque não, ocupação de espaço.

Não será porque querem mesmo é invadir o quadrado do outro quando dizem o contrário?

 

 

 

Por Marcelo Augusto Portocarrero é engenheiro civil

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