Opinião – Ferrovia, ontem e hoje

Diante das dimensões continentais do nosso Brasil, precisaríamos de 100 mil km de ferrovias ramificadas por todo o território nacional. Escreve Vicente Vuolo.

09/05/2025 05:22

“O Brasil tem necessidade de um Plano Nacional Ferroviário urgente”

Ilustrativa.

O Brasil sob o reinado de D. Pedro II, em 1880, era considerado o maior construtor de estradas de ferro do mundo com mais de 26 mil km de ferrovias.

No século passado, a partir do Governo Washington Luiz  (1920), o país adotou uma política de transporte unilateral, iniciando um processo de desmonte dos trilhos e a priorização das rodovias com o slogan “governar é abrir estradas”.

Esse modelo de impantar rodovias formou um legado de atrasos, uma muralha de obstáculos no desenvolvimento logístico nacional, protegido por uma política neoliberal globalizante de grupos empresariais com objetivos na formação de monopólios no então transporte rodoviário.

Resultado, hoje, o nosso país possui apenas 30 mil km de trilhos, dos quais, 15 mil km sucateados, influenciando opiniões controvérsas e dificultando ainda mais a compreensão da importância das ferrovias para o desenvolvimento macro das regiões com traçados e sobretudo o impacto socioeconômico.

Enquanto isso, a maior potência do mundo, os Estados Unidos, tomaram a decisão certa no momento certo (século passado) investindo maciçamente em dezendas de milhares de quilômetros em tal infrestrutura, se tornando a maior malha ferroviária do mundo. Já o Brasil, fez exatamente o contrário: abandonou a ferrovia.

Vergonha, desastre ambiental, prejuízo econômico imensurável econsequentemente elevando o custo-Brasil por inadimissível mediocridade política.

O Brasil tem necessidade de um Plano Nacional Ferroviário urgente!

Diante das dimensões continentais, não carece de muito estudo, pesquisas ou debate com “especialistas” para chegarmos à conclusão que precisaríamos de 100 mil km de ferrovias ramificadas por todo o território nacional.

Pensando bem, numa breve pausa desse artigo e olhando para linha do horizonte, a verdade é que o Brasil precisa de estadistas como D. Pedro II.

 

 

 

Por Vicente Vuolo, é economista e cientista político.