Opinião – A gripe aviária e Mato Grosso

O INDEA, tem o dever e a responsabilidade de criar barreiras e mecanismos de descontaminação de veículos oriundos do Rio Grande do Sul. Escreve Júlio Campos Neto.

20/05/2025 05:31

“Por enquanto, nossa produção local é segura para o consumo humano”

Divulgação/reprodução.

O Brasil registrou na semana passada o primeiro surto de gripe aviária, H5N1, em uma granja comercial no estado do Rio Grande Sul.

O MAPA, ministério da agricultura e pecuária, agiu rapidamente e passou a rastrear os ovos dessa granja de Montenegro(RS) e afirmou que eles foram localizados em três estados brasileiros e que foram destruídos, segundo reportagem do site UOL de 18 de maio de 2025.

A gripe aviária é uma doença de notificação obrigatória a Organização mundial de saúde animal (OMSA), por ser uma doença viral altamente contagiosa e que afeta várias espécies de aves domésticas, silvestres, e ocasionalmente mamíferos como cães, gatos e seres humanos.

No primeiro momento, as exportações de proteínas de origem aviária foram paralisadas para os principais mercados internacionais como o Chinês, Europeu e Americano, com tendência que  demais países sigam também proibindo a entrada desses produtos em seus mercados afetam a balança comercial e o preço dos produtos.

O que nós do Mato Grosso temos haver com isso?

Apesar do mercado local de ovos e carnes aviária serem abastecidos por produtores locais e livres dessa doença, a contaminação pode ocorrer através de produtos, embalagens e veículos oriundos da região afetada, e é aí que mora o perigo.

Todo o trabalho que nós produtores locais de carnes e ovos realizamos na área de biossegurança para levar um alimento saudável para sua família pode ser em vão caso as barreiras sanitárias do nosso estado não adote novos protocolos de entrada de veículos e produtos que possam estarem contaminados.

O INDEA-MT, tem o dever e a responsabilidade de criar barreiras e mecanismos de descontaminação de veículos oriundos do Rio Grande do Sul para que um surto local não se transforme em uma pandemia e que atinja o Mato Grosso.

Por enquanto a nossa produção local de ovos e carnes de frango é segura para o consumo humano, entretanto caso não agirmos com rigor tanto internamente nas granjas como nas barreiras de entrada do nosso Estado poderemos sim termos de noticiarmos que deixamos de ser livres da gripe aviária e que nossos produtos colocam a vida humana em risco.

A hora de agir é já!

 

 

 

Por Júlio Campos Neto é administrador de empresas e produtor rural de ovos caipiras e frutas agroecológicas.

Tags: