Casos como o de Juliana devem nos indignar, mas também nos mobilizar. Violência contra a mulher não pode ser naturalizada, silenciada ou relativizada. Escreve Coronel Fernanda.
30/07/2025 05:39
“Violência brutal em Natal exige ação firme e permanente do Estado”
Ilustrativa.
As imagens que circularam nos últimos dias, mostrando uma mulher sendo brutalmente espancada com mais de 60 socos dentro de um elevador em Natal (RN), chocam, mas infelizmente não surpreendem. A jovem Juliana Garcia dos Santos, vítima do ataque, teve o rosto desfigurado e segue hospitalizada com ferimentos graves. O agressor foi preso em flagrante.
Esse não é um caso isolado. É parte de um ciclo cruel de violência que atinge mulheres todos os dias em todo o país. Como deputada federal por Mato Grosso, estado que, lamentavelmente, lidera o ranking nacional de feminicídios, e como Procuradora da Mulher na Câmara dos Deputados, não posso me calar diante dessa realidade.
Os números são alarmantes, e cada estatística representa uma vida interrompida ou marcada pela dor. É urgente fortalecer as políticas públicas de prevenção, proteção e punição. Não basta prender o agressor. É preciso garantir que nenhuma mulher chegue a esse ponto, exposta ao risco dentro da própria casa, em seus relacionamentos ou no cotidiano.
Na Câmara dos Deputados, seguimos firmes na luta pelo endurecimento das penas contra agressores, pelo fortalecimento da Lei Maria da Penha e pela ampliação da rede de atendimento e acolhimento às vítimas. Também temos atuado para garantir orçamento, estrutura e pessoal para as Delegacias Especializadas da Mulher.
Casos como o de Juliana devem nos indignar, mas também nos mobilizar. Violência contra a mulher não pode ser naturalizada, silenciada ou relativizada. É crime, é covardia e precisa ser combatida com todo o peso da lei e a ação coordenada do Estado.
Enquanto houver uma mulher em situação de risco, nossa luta continuará. Nenhuma a menos.
Por Coronel Fernanda é deputada federal e procuradora da Mulher na Câmara Federal.