06/02/2016 19:37
A dificuldade demográfica para os Republicanos elegerem presidente
É improvável que Republicanos vençam nos EUA para Presidente. Para Congresso é outra estória, dado o voto distrital que a sobrerrepresentatividade dos estados do Meio-Oeste, como aqui ocorre com Norte e Centro-Oeste.
O mínimo de votos delegados é 269 e, desde 1992, há 22 estados, com 252 votos, que quase só votam em presidente democrata (bastava New Hampshire, em 2000, ter dado maioria a Gore que Bush Jr não teria se eleito).
Ainda não saíram pesquisas por estados, mas mesmo considerando que alguns estados oscilantes, como Florida, Virgínia e Colorado, sejam Republicanos, desta vez (e não há a rigor razão para esperar isso), os Democratas ganham.
Não têm muita utilidade as pesquisas quando dizem Fulano 52 x Siclano 48. Isto porque o voto Republicano é mais concentrado. Não adianta ter 70% dos votos em 30 estados se os Democratas conseguirem 51% nos outros 21, em geral mais populosos (o único estado muito populoso + republicano é o Texas).
E o peso das minorias quase ‘explodiu’ nas últimas 3 décadas. De 1960 a 1990, o voto branco ficou em torno de 85%. Agora, espera-se entre 70 e 75%.
A transformação demográfica é visível: segundo o USCB, a população branca não hispânica terá passado de 87% em 1960 para 47% em 2050. Grande parte disso pela imigração de 1980-2015, que fez com que, hoje, cerca de 25% da população seja de estrangeiros ou filhos destes. Ainda segundo o USCB, a partir de 2020, 50% dos menores de 18 anos serão não-brancos e, a partir de 2043, 50% dos adultos também.
Quando candidatos republicanos se apresentam xenófobos conseguem eleger deputados em distritos, mas deixam de eleger presidente em estados como Califórnia e Flórida.
Por Gunter Zibell no Pró-Rede