26/02/2016 18:16
De perseguição à intolerância política, da parcialidade do Judiciário à manipulação midiática – Este é o Brasil que ainda se considera uma democracia.
Existem duas perspectivas importantes sobre o cenário político e que passam despercebidas pela maioria das pessoas: o Brasil não pode se considerar uma democracia plena se o Estado de Direito tem sido aviltado por um judiciário parcial; o Brasil vive um período de patrulha, perseguição e intolerância ideológica similar aos tempos da ditadura. E como acontecia naquele período obscuro da história, os salvadores da pátria não estavam preocupados em salvar coisa alguma senão a própria pele.
Os heróis de hoje se arvoram nas possibilidades das redes para agitar uma massa frenética e que vocifera com ódio figadal, segundo ela, em nome de todos os brasileiros. Não se sabe quem concedeu tal procuração a esta gente. Entre os defensores da soberania estão aqueles que há pouco entregaram o pré-sal às multinacionais petrolíferas, em votação do Senado.
Já já eles estarão de novo nas ruas, vestindo camisas em verde e amarelo, gritando por um Brasil que é a casa do conservadorismo arraigado; a suprema sede da burguesia enojada. É aqui que se propõe dar passagens aos negros para que eles voltem à África. Sonha-se com o Brasil dos sonhos da burguesia branca, onde, segundo Alexandre Garcia, não existe racismo e as cotas são um “pistolão”.
E enquanto isso, a mídia estabelece um agendamento como cortina de fumaça; ela, que beija os pés do deus mercado, não se oporia à entrega da Petrobras. E investe na criação de heróis nacionais como o juiz Sergio Moro e os procuradores confessadamente aecistas. Para estabelecer uma atmosfera de proteção contra a corrupção.
Com o Cunha livre.
por Maílson Ramos em NP - nossapolitica.net