05/03/2016 21:32
Empresários cautelosos; Veja mente de novo; Jurista Hélio Bicudo defende o impeachment, fala de Lula e preserva o Juiz Sérgio Moro; Militares incomodados; Criminalização da política; Rosa Weber nega pedido a favor de Lula.
Empresários cautelosos diante da volatilidade do cenário político
Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, “o que piora a situação das empresas é a falta de previsibilidade”. Na opinião dele, “a volta da confiança de investidores e consumidores não pode ficar ao sabor do chamado mercado”, já que a reação da Bolsa e do dólar podem ser apenas especulação.
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, afirma que ainda é muito prematuro falar em mudança de tendência na economia real por causa da alta da Bolsa e da queda do dólar registrada nos últimos dias. “Trata-se de um evento por um dia, não sabemos se isso vai continuar”, diz ele.
De toda forma, o presidente da AEB observa que a alta da bolsa indica uma maior confiança dos investidores na economia real e a queda do câmbio cria insegurança no setor externo. “Os exportadores consideravam que o piso do câmbio seria R$ 4 e o recuo para R$ 3,70 gera insegurança no setor exportador de produtos manufaturados.”
Mais cautelosa, a empresária Luiza Trajano, agora presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, segunda maior rede varejista do País, preferiu ficar de fora da polêmica que envolveu ontem o depoimento do sr. Lula da Silva, à Polícia Federal. “Temos que respeitar a democracia. Vivemos uma democracia”, disse. O varejo de eletromóveis, segmento no qual Luiza atua, é um dos mais prejudicados pela crise econômica brasileira.
O agravamento da crise política, na avaliação de um dos maiores empresários do programa Minha Casa, Minha Vida traz à tona um outro problema: a falta de lideranças. “Estamos acéfalos”, diz Rubens Menin, fundador da incorporadora MRV. “Não temos líderes para conduzir um pacto nacional e levar o País para um porto seguro. Isso é o que mais preocupa.”
Veja mente – Wagner diz que não recebeu denúncias contra Moro
O ministro da Casa Civil, Jacques Wagner, desmentiu reportagem da Revista Veja, que revela um dossiê contra o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, responsável julgar as ações da operação Lava-Jato na 1ª instância. O ministro afirma que não recebeu nenhum material com denúncias contra o juiz. “Desconheço e não me interessa conhecer”, afirmou Jacques após tomar conhecimento sobre o teor da reportagem.
A Casa Civil informou que o ministro recebeu o governador do Acre, Tião Viana (PT), que estava acompanhado de dois representantes de uma associação de servidores da Polícia Federal para tratar do plano de cargos e salários da categoria.
A matéria da edição desta semana da revista afirma que foi entregue ao ministro no fim do ano passado um dossiê que acusa Moro de participar de uma conspiração para atingir o Partido dos Trabalhadores (PT) e os líderes da legenda.
O juiz foi o responsável por determinar a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última fase da operação Lava Jato, que tem como principal alvo o ex-presidente. Moro também assinou mandatos de busca e apreensão na residência de Lula, de familiares e aliados.
Bicudo defende impeachment, fala de Lula e preserva Moro
O jurista Hélio Bicudo afirmou neste sábado que a suposta delação premiada de Delcídio do Amaral (PT-MS) reafirma os fundamentos do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, feito no ano passado. Bicudo disse que o depoimento de Delcídio não traz nenhum fato novo. Os fatos relatados em reportagem e negados pela presidente são todos fatos “notórios”, segundo o jurista, e que confirmam os motivos para um impeachment.
Sobre o debate acerca de exageros na condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, na Operação Lava Jato, Bicudo afirmou que é uma problematização “idiota”.
“O (juiz Sérgio) Moro não é nenhum novato e já demonstrou que age com cautela. Se determinou a condução coercitiva, ele tinha motivos”, afirmou. “O discurso do Lula é novamente de se colocar na posição de vítima”, disse.
O jurista criticou o discurso do ex-presidente ontem, após prestar depoimento. Usando uma expressão de Lula no fim de seu discurso, Bicudo afirmou que “jararaca é bicho peçonhento, de quem é preciso ficar longe”.
No final da coletiva dada nesta sexta-feira, Lula afirmou que “se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve.”
Bicudo voltou a defender que a Câmara dos Deputados tenha liberdade para atuar na apreciação do processo que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Na avaliação do jurista, o Supremo Tribunal Federal (STF) está impedindo o fluxo normal da discussão do tema na Câmara sem ter a competência para realizar interferências.
“O STF não deveria assumir posição política, apenas jurídica. Dessa forma, está agindo ao largo da lei”, afirmou jurista.
Bicudo, que estava almoçando junto com um grupo de amigos advogados em um restaurante na Zona Sul de São Paulo, disse que vai participar das manifestações no dia 13 de março, na capital paulista. O prato do almoço foi lula.
Militares querem solução para cenário político do país
A crise política que permeia o cenário brasileiro atual ganhou um novo elemento, segundo o colunista Ricardo Noblat, dO Globo. Para o jornalista, a entrada em cena dos militares foi o fato mais importante no dia da condução coercitiva do ex-presidente Lula, pois eles há muito tempo não se manifestavam.
Ainda segundo o colunista, por receio da desordem e da violência que poderia acontecer por causa dos protestos contra e a favor de Lula, um batalhão do Exército foi colocado de sobreaviso em São Paulo.
Geraldo Alckmin e outros governadores teriam sido informados pelo Alto Comando do Exército de que, caso houvesse a necessidade de manter a paz, o exército poderia ajudar. Ainda segundo o colunista, o elenco de autoridades alcançadas pelos telefonemas incluiu ministros de Estado e líderes de partidos, de quase todos os partidos, com exceção dos petistas.
Os generais estariam ansiosos por uma solução para a crise política, mas sem sugerir soluções e cobram pressa na solução, quer seja do entendimento em torno de Dilma ao impeachment.
Presidente do TJ-MS nega judicialização na Lava Jato e afirma ser criminalização
“Não está acontecendo a judicialização mais a criminalização da política”. Esta foi a afirmação do presidente do Tribunal de Justiça de Mato grosso do Sul , desembargador João maria Lós ao comentar se o Poder Judiciária sobre os julgamentos através de Operações como o Mensalão, Lava Jato e outras que levaram a prisão de lideranças políticas que vão desde vereadores até o ex-presidente da República Luis Ignácio Lula da Silva.
O desembargador disse que o Poder Judiciário está apenas cumprindo o seu papel que é o de intervir sempre que provocado através dos demais órgãos como Ministério Público e de segmentos da sociedade.
O desembargador destaca que em todas as esferas o Poder Judiciário tem atuado com equilíbrio e isso não significa que esteja promovendo uma judicialização da atividade política. “Não houve qualquer mudança no comportamento do Poder Judiciário apenas com o advento das mídias sociais há uma maior cobrança com uma fiscalização mais intensa da sociedade”, afirmou João Maria Lós, que ainda destacou que hoje as sociedade tem mais ferramentas para fiscalizar os ocupantes do poder e isso leva a abertura de mais processo de investigações para a apuração das denúncias que são levantadas principalmente pelo Ministério Público.
Ministra do STF Rosa Weber, nega pedido dos advogados de Lula
Nesta sexta, a defesa pediu a suspensão dos procedimentos da 24ª fase da Operação Lava Jato, intitulada Aletheia (busca da verdade), que levou Lula para depor na Polícia Federal e realizou busca e apreensão em sua residência.
A defesa de Lula apontou “conflito de atribuições”, alegando haver duas investigações relacionadas aos mesmos fatos, uma conduzida pelo Ministério Público Federal e outra pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.
Rosa Weber negou a suspensão argumentando não ter observado “ilegalidade irrefutável, patente e de imediata compreensão” nas duas investigações. Em caso de interrupção, haveria risco, segundo ela, de “indevida ingerência em prerrogativa constitucional titularizada pelo Ministério Público em nome da sociedade”.
Na decisão, Rosa Weber entendeu que as duas investigações têm objetivos diferentes. “Levando-se em conta o estágio ainda prematuro das investigações, é preciso dar sentido efetivo à possibilidade de que os dois Ministérios Públicos envolvidos estejam trabalhando a mesma realidade em perspectivas diferentes”, escreveu.
Da Redação com informações do Estadão, da Agencia Estado, do G1 e R7