19/06/2018 11:42
Com China no radar, as principais posições da commodity exibiam perdas entre 8,00 e 8,25 pontos, uma desvalorização de mais de 2%, perto das 8h15
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta terça-feira (19) em campo negativo. As principais posições da commodity exibiam perdas entre 8,00 e 8,25 pontos, uma desvalorização de mais de 2%, perto das 8h15 (horário de Brasília). O vencimento julho/18 era cotado a US$ 3,48 por bushel, já o dezembro/18 trabalhava a US$ 3,69 por bushel.
Os preços caminham para consolidar a quinta queda consecutiva no mercado internacional. As quedas foram renovadas diante das crescentes preocupações na relação comercial entre Estados Unidos e China.
Após a nação asiática impor tarifas aos produtos americanos, em retaliação as tarifas já impostas pelos EUA, o presidente Donald Trump anunciou nesta segunda-feira uma nova tarifa de 10% sobre 200 bilhões de dólar em produtos chineses. O cenário aumentou a disputa na guerra comercial entre as duas potências, destacaram as agências internacionais.
“Também há pressão adicional sobre os preços do milho e da soja em meio ao clima favorável às culturas em todo o Meio-Oeste, que está impulsionando a safra”, reportou a Reuters internacional.
Ainda no final da tarde de ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que 78% das lavouras de milho estão em boas ou excelentes condições nos EUA. O número ficou acima do registrado na semana anterior, de 77%.
Os traders ainda esperavam uma queda de 1% no índice de plantações em boas condições, para 76%.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Milho: Mercado recua pelo 4º dia consecutivo em Chicago com foco na safra dos EUA e na China
Pelo quarto dia seguido, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) recuaram. Nesta segunda-feira (18), os futuros do cereal ampliaram as desvalorizações e finalizaram o dia com quedas de mais de 5 pontos, com perdas de mais de 1,4%. O vencimento julho/18 era cotado a US$ 3,56 por bushel, enquanto o dezembro/18 operava a US$ 3,77 por bushel.
Conforme informações do site internacional Farm Futures, “as cotações continuam caindo diante da abundância de chuvas no Meio-Oeste no curto prazo. E tivemos venda técnica adicionada à pressão descendente”. Com isso, as cotações registraram mais um dia de perdas no mercado internacional.
Ainda no final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta seu novo boletim de acompanhamento de safras. A expectativa por parte dos traders é que o órgão aponte uma queda de 1% no índice de lavouras em boas ou excelentes condições, para 76%.
Outro fator que segue no radar dos traders é a crescente tensão comercial entre os Estados Unidos e a China. Na semana anterior, o governo americano reportou tarifas de importação para produtos chineses. Em sequência, a nação asiática, em retaliação, também divulgou tarifas aos produtos americanos.
No caso do milho, os investidores também estão preocupados com a relação comercial com o México. “Essas preocupações comerciais poderiam atingir US$ 4 bilhões em importações anuais de milho e soja do México”, informou a Reuters internacional.
Ainda nesta segunda-feira, o USDA indicou os embarques semanais de milho em 1.668,8 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 14 de junho. O volume ficou acima do indicado na semana anterior, de 1.410,5 milhão de toneladas.
No acumulado da temporada, os embarques do milho somam 42.640,062 milhões de toneladas. No mesmo período do ano anterior, o número estava em 46.616,326 milhões de toneladas.
Mercado brasileiro
O dia foi de poucas movimentações aos preços do milho praticados no mercado doméstico. Conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em São Gabriel do Oeste (MS), a saca cedeu 6,90% e encerrou o dia a R$ 27,00. Em Campinas (SP), a perda ficou em 4,69%, com a saca a R$ 40,60.
Na região de Campo Novo do Parecis (MT), a perda ficou em 2,08%, com a saca do cereal a R$ 23,50. Em Tangará da Serra (MT), o preço recuou 1,96%, com a saca a R$ 25,00. Já em Rio do Sul (SC), a cotação caiu 1,30% e a saca fechou a segunda-feira a R$ 38,00.
Os negócios permanecem travados no mercado brasileiro em meio ao impasse no tabelamento do frete. A situação permanece sem desfecho e os produtores rurais seguem preocupados, uma vez que em muitas regiões a soja negociada ainda não foi escoada e não há espaço nos armazéns para a estocagem da safrinha.
“Assim, parte dos vendedores consultados pelo Cepea tenta escoar os estoques, visando liberar espaço para a entrada da segunda safra. Muitos compradores, no entanto, estão afastados do mercado, à espera do avanço da colheita”, reportou o Cepea em seu comentário diário.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,7400 na venda, com alta de 0,27%. “O câmbio subiu em meio a temores de guerra comercial entre Estados Unidos e China e de olho no quadro político doméstico, a poucos meses da eleição presidencial bastante indefinida”, informou a Reuters.
Da Redação com informações da Agência Reuters e Notícias Agrícolas