Opinião – WhatsApp ou Petrobras São Mais Estratégicos Para o Brasil?

09/11/2021 15:01

“O Petróleo É Nosso” a uma grande fake news
Parte da produção de petróleo é exportada
O governo é sócio minoritário com 32%
Mas com direito a voto

Petrobras tem sido uma bandeira nacional desde 1946, “O Petróleo é Nosso”.

Ganhou a ala que queria que o Estado entrasse no setor de produção de petróleo, de forma estatal e monopolista, porque era um setor estratégico.

De fato, em 1946 quase todo nosso petróleo era importado, o que nos deixava dependentes de outros países, daí estratégico.

Por outro lado, a agricultura do Brasil é estratégica para dezenas de países, e trocar comida por petróleo será uma constante no futuro. Portanto, Petrobras não seria tão estratégico assim.

E não se esqueça de que a Petrobras tem somente 18 bilhões de barris de reservas, e a queima de fósseis não renováveis está no seu fim político.

Por outro lado, descobrimos recentemente que WhatsApp, Facebook e Instagram são mais estratégicos que a Petrobras.

Nunca entendi por que nenhuma empresa jornalística tenha investido numa WhatsApp, Facebook e Instagram brasileiros.

Muitos não se lembram, mas a primeira rede social foi a Orkut do Google, e nós a destruímos porque logo se tornou uma rede em português.

(O Orkut incentivava incluir seus amigos, que para um americano significa no máximo 5 pessoas, e para nós são mais para 100.)

Hoje, devido à falta de capacidade de investimento do Estado, a Petrobras não é mais exclusivamente nossa.

42%, isso mesmo 42% das ações pertencem a estrangeiros.

O governo é sócio minoritário, 32%, mas com direito a voto.

Pior, parte da produção de petróleo é exportada.

Ou seja, “O Petróleo É Nosso” é um engodo, uma das maiores fake news disseminadas ao povo brasileiro.

Sendo assim nem precisamos privatizar a Petrobras.

Ela já é privada, mas o setor privado não pode indicar administradores profissionais para dirigi-la.

Quem indica são políticos ligados ao partido da situação.

Basta tornar as ações PNs sem direito a voto, em ações com voto, que nem precisamos privatizá-la.

Sem custosos leilões, sem tornar a Petrobras um monopólio privado. Pensem nisso.

 

 

 

 

Por Stephen Kanitz, é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.

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