14/12/2021 14:21
”Mais de 600.000 jovens administradores brasileiros já estudaram esse livro nos seus cursos. Saibam o porquê”
Uma das tristezas políticas deste país é o desconhecimento dos nossos intelectuais de conceitos mínimos de administração e como as empresas funcionam.
Assisti uma entrevista com o Ministro Toffoli, e fiquei intrigado com sua posição de esquerda.
Ele vinha de uma família tradicional, extremamente religioso, mas com uma visão extremamente negativa quanto ao capitalismo.
Foi aí que comecei a formar a minha opinião que muitos da esquerda brasileira não sabem a diferença entre o capitalismo socialmente responsável, da qual pertenço e advogo há mais de 40 anos, e a empresa familiar, autocrática, conservadora e velha.
Acham que as empresas são administradas por empresários gananciosos e sem caráter, e não por administradores profissionais treinados em Universidades na maioria de esquerda.
Quase todas as reclamações da esquerda na realidade se referem à empresa familiar, e não às empresas de capital democrático, onde qualquer um pode ser acionista e dono de seus meios de produção.
Ciro Gomes por sua vez fala em “Baronato”, que cinco famílias de banqueiros não pagam imposto de renda”, que uma “família” controla a mídia. Mais um que só ouve economistas e não administradores.
Esse é o capitalismo de dois séculos atrás minha gente, dos Rockfellers, Carnegie e Mellon.
É o capitalismo que Karl Marx conhecia, nada a ver com o capitalismo de hoje.
Karl Marx nunca pregou o “capitalismo hegemônico do Estado”, mas que cada trabalhador fosse dono de seus meios de produção, hoje possível pela Bolsa.
Em muitas estatais brasileiras seus funcionários são proibidos de comprar seus meios de produção, como os Correios que possui um dono só, como uma empresa familiar.
É isso que significa privatização, permitir o povo comprar meios de produção e abocanhar a mais valia de volta, e votarem no rumo dessas empresas.
Também não existem as “Grandes Corporações” que se reúnem de vez em quando em Washington conspirando contra o mundo, como essa ideia propagada por intelectuais o “Consenso de Washigton”.
As empresas que seguem a linha do Líder Servidor, do Monge e o Executivo, seriam aliadas da esquerda, mas afastadas pelo discurso de ódio contra seus administradores profissionais, chamados de empresários quando não são.
Se você for um jovem sendo endoutrinado pelos seus professores leia os dois livros que citei, para ter uma ideia do outro lado.
Mais de 600.000 jovens administradores brasileiros já estudaram esse livro nos seus cursos. Saibam o porquê.
Por Stephen Kanitz, é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.