Opinião – Só notícias

O Distrito industrial de Cuiabá pode ter uma vantagem sobre outros polos industriais do estado. É a noticia de que o gasoduto da Bolívia chegaria àquele Distrito no segundo semestre deste ano. Escreve Alfredo da Mota Menezes.

09/03/2023 05:25

“Um assunto deste deveria está na pauta do estado para discussão”

Fala-se que, com a Reforma Tributária, Mato Grosso perderia 30% de sua receita. Parte do ICMS hoje vem da origem ou da produção. Na Reforma, a tributação é no destino ou no consumo, não na origem.

Um assunto deste deveria está na pauta do estado para discussão. Seja na área politica, universitária, mídia, empresarial, pois, se ocorrer e se não houver algum tipo de compensação, os fatos futuros mostram-se complicados para o estado.

Hoje o estado tem mais de 15% da receita corrente liquida para investimentos. Ocorrendo perdas com a Reforma talvez essa benéfica sobra desaparecesse.

Outro dia o Secretario de Fazenda esteve na Assembleia Legislativa e ali mostrou que o estado investiu 19,1% da receita corrente liquida em 2022. Isso significou 5.5 bilhões de reais para investimentos.

Se continuar nesse patamar, ou perto disso, o atual governo estadual teria algo como 20 bilhões de reais em quatros anos para investimentos. Se vier a Reforma, MT perderia essa fonte?

Por falar em assuntos diferentes, com um montante de recursos como esse de 2022 acontecendo nos anos à frente, como pode segundo mandato de governador ser pior que o primeiro.

Por que tocar nisso? Porque esse assunto está no cotidiano de muitas conversas, principalmente em Cuiabá. Se não houver nenhuma crise internacional na economia, como aquela de 2008, não tem jeito de segundo mandato, com tantos recursos, ser menos efetivo que um primeiro mandato.

Pulando para outro assunto. Será que Mato Grosso vai ser supridor de trigo para o Brasil? Comenta-se que já tem semente de trigo, desenvolvida pela Embrapa, para o cerrado.

Hoje o Brasil produz 9.5 milhões de toneladas de trigo e o consumo está em 12 milhões de toneladas ou 80% da necessidade nacional. Com plantio no cerrado, falam em cinco mil quilos por hectare, estaria resolvida a necessidade do país. Que em dois anos, MT cobriria essa lacuna.

Outro tópico que não sai da pauta estadual é o caso da rodovia 163. A concessão será retomada pelo estado. A empresa, ligada a Odebrecht, não cumpriu com as obrigações do contrato. Deveria ter duplicado 456 quilômetros da rodovia e fez apenas 27%. Agora devolveu ao estado que deverá fazer aquilo que a empresa não fez.

Campo Verde será o polo têxtil do estado? Ou seria melhor dizer que aquela região do estado, incluindo Primavera e Rondonópolis, é que teria a maior parte dessa indústria? Algodão, incentivos fiscais, rodovia 070, ferrovia estão por ali. O problema seria a mão de obra para essa empreitada. Se vier de fora, e casas para morarem? Talvez seja preciso o governo do estado entrar nesse assunto junto com as prefeituras dali.

Por outro lado, o Distrito industrial de Cuiabá pode ter uma vantagem sobre outros polos industriais do estado. É a noticia de que o gasoduto da Bolívia chegaria àquele Distrito no segundo semestre deste ano. O custo da produção cairia com essa alternativa. Este é mais um motivo para MT buscar maior aproximação com o governo boliviano.

 

 

 

 

 

Por Alfredo da Mota Menezes é analista político.

Tags: