Opinião – Biden vai ao próprio funeral político

Estranho ver a turma democrata falando em ameaça à democracia, afinal, foi o governo Biden que instrumentalizou a Justiça para perseguir Trump. Escreve Rodrigo Constantino.

21/08/2024 05:25

“Biden foi jogado embaixo do trem e quem deu o empurrão final foi Nancy Pelosi”

Joe Biden, atual presidente dos EUA, desistiu da reeleição| Foto: EFE/EPA/JIM LO SCALZO

Começou nesta segunda a Convenção Nacional do Partido Democrata, que consagrou Kamala Harris como a candidata oficial para disputar com Donald Trump a presidência. Harris, porém, teve uma participação ínfima na noite de abertura. Ela tem fugido da imprensa desde que foi apontada a substituta de Biden na corrida, mesmo diante da mais amigável mídia do planeta. A “estrela” da noite foi o próprio Joe Biden.

Atrasado, tarde da noite e bem longe de seu horário de “trabalho”, Joe Biden parecia irritado, nervoso, e concentrou toda a sua energia remanescente para atacar Trump e a suposta ameaça que o republicano representaria para a democracia americana.

Estranho ver a turma democrata falando em ameaça à democracia, afinal, foi o governo Biden que instrumentalizou a Justiça para perseguir Trump. Foi a turma do diretório nacional ligado aos Clinton que forjou um dossiê falso sobre o imaginário conluio de Trump com os russos, que serviu de base para investigações do FBI e anos de falsas narrativas da imprensa. E, claro, foram os democratas que ignoraram suas próprias primárias e resolveram, na alta cúpula do partido, trocar Biden por Kamala, sem um único voto popular ou democrático que desse embasamento para tal escolha.

Biden foi jogado embaixo do trem e quem deu o empurrão final foi Nancy Pelosi. Mas lá estava Pelosi, com placas que diziam “Joe, nós te amamos”. Pode ser mais cínica a situação? Pode haver mais hipocrisia? Como disse Ben Shapiro, Joe Biden teve a oportunidade de ver seu próprio funeral, e constatar o grau de desfaçatez de seus colegas. Até ontem ele era um egoísta senil agarrado ao cargo, e agora ele é um herói generoso que sempre priorizou a nação. O discurso muda rápido dependendo dos interesses.

A esquerda americana se radicalizou demais e se parece com uma mistura de PSDB, PT e PSOL. Do lado de fora da convenção, uma claque antissemita gritava contra Israel, e prisões foram realizadas. Kamala tinha a intenção de mostrar certa unidade partidária, mas isso é impossível quando a própria cúpula acena para radicais com o intuito de mobilizar a base mais extremista. Os simpatizantes do Hamas protestam ali pois sabem que encontram audiência simpática do lado de dentro, o que jamais ocorreria na convenção republicana.

A própria Kamala tem defendido ideias claramente socialistas, enquanto seu vice parece um fã de carteirinha da China. No dia em que teve o evento de lançamento oficial da candidatura democrata, um relatório mostrava que familiares de Biden receberam $27 milhões de empresas em países como Ucrânia e China. Cada vez mais o Partido Democrata se parece com a esquerda radical e corrupta latino-americana. Para o bem da América, é preciso enterrar essa agenda. No jazigo pode constar: aqui jaz um partido radical e corrupto que odiava a América e quase a destruiu.

 

 

 

Por Rodrigo Constantino, economista pela PUC com MBA de Finanças pelo IBMEC, trabalhou por vários anos no mercado financeiro. É autor de vários livros, entre eles o best-seller “Esquerda Caviar” e a coletânea “Contra a maré vermelha”. Contribuiu para veículos como Veja.com, jornal O Globo e Gazeta do Povo. Preside o Conselho Deliberativo do Instituto Liberal.

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