Diante de uma notória e indisfarçável piora do risco fiscal, os analistas do Morgan Stanley acharam por bem rebaixar a classificação das ações do nosso país. Escreve Gilberto Simões Pires.
29/11/2024 05:39
“A situação no Brasil ainda pode piorar antes de melhorar”
MOODY’S – AGÊNCIA NADA CONFIÁVEL
Como referi no meu editorial -A FÁBULA DA MOODY’S-, publicado no dia 3 de outubro de 2024, ninguém, de sã consciência, foi capaz de engolir a repentina DECISÃO da -MOODY’S- Agência de classificação de risco-, ao conceder um -UPGRADE- da NOTA DE CRÉDITO DA DÍVIDA SOBERANA BRASILEIRA, de BB para BB+. Tal decisão, se fosse realmente séria e confiável, colocaria o Brasil a um degrau do tão sonhado INVESTMENT GRADE. Na ocasião, vale lembrar, sem ser minimamente seguida pelas demais agências de classificação de risco, a Moody’s, através de nota, disse que a melhora significativa no crédito era resultado do DESEMPENHO ROBUSTO DO CRESCIMENTO DO PIB e do HISTÓRICO RECENTE DE REFORMAS ECONÔMICAS E FISCAIS. Pode?
MORGAN STANLEY
Pois, na semana passada, diante de uma notória e indisfarçável PIORA DO RISCO FISCAL DO BRASIL, os analistas do banco americano MORGAN STANLEY acharam por bem REBAIXAR A CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES DO NOSSO PAÍS, passando de NEUTRO PARA NEGATIVO. Segundo o relatório enviado aos clientes do banco, publicado na Gazeta do Povo, “as taxas de juros precisam cair no Brasil e o mercado precisa se afastar dos riscos associados à dominância fiscal”. Mais: os analistas informam que vão “monitorar sinais de uma mudança de curso dos formuladores de políticas públicas que possam afastar o país do modelo de gastos e aumento da dívida para o de investimentos e queda nos juros”. Detalhe: em tom pessimista, os analistas especulam que a situação no Brasil ainda pode piorar antes de melhorar.
ARGENTINA, CHILE E COLÔMBIA
Já no que diz respeito às ações de Argentina, Chile e Colômbia, os analistas do Morgan Stanley se mostram otimistas. As classificações dos três países subiram de NEUTRA PARA POSITIVA, confirmando a tendência de melhora política na região. “Os mercados andinos são relativamente pequenos e pouco profundos, mas oferecem bom valor e baixa correlação com o resto do mundo”, diz o informativo do banco.
ARGENTINA: PROGRESSO IMPRESSIONANTE
Para finalizar, vale lembrar que durante a reunião de Cúpula do G20, o presidente argentino Javier Milei se reuniu com a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, que fez questão de destacar o “progresso impressionante” de seu governo em “estabilizar a economia e torná-la mais baseada no mercado”. Na rede social X, ela postou uma foto com Milei e disse que o FMI está “pronto para apoiar a Argentina e seu povo na construção dessas conquistas”. Que tal?
Por Gilberto Simões Pires