Opinião – Fim de ano, reflexões e lembranças.

Que o Natal e o ano novo festivo para todos, seja repleto de alegria, solidariedades, carinho e muito boas lembranças. Escreve Halisson Lasmar.

24/12/2024 21:20

“É o que desejo a todos os que de alguma forma fazem parte da minha vida”

Ilustrativa.

O Natal e o Ano Novo transformam-se para a maioria, em momentos de paz, alegrias, reencontros e muitas festas. É o espírito de Deus invadindo lares e corações.

Fazem anos que quando se aproximam essas datas, mergulho em uma reflexão sem limites, uma saudade que arde no peito e em uma avaliação do que para trás ficou, de como poderia ser hoje e de que forma comemoraríamos. Fico feliz com o ano que passou, mas quero que ele acabe logo.

Nesta data, depois de ganhar um presente desejado, um acidente vitimou minha filha caçula Tabatha, no auge de seus 15 anos e destruiu os meus e os sonhos de muitos… Inimaginável o que é ficar longe de alguém que sustentava seus sonhos e objetivos.

A semana fatídica que começou na noite do dia 24, trouxe a notícia de minha perda na de 31, uma pancada sem precedentes que me tirou o chão, a alegria, a esperança e os sentidos. Dias a fio intermináveis rezando e implorando na porta de um hospital.

As 11 da noite vieram a notícia, aquela noite perdi as pernas, fiquei com o coração dilacerado e senti abrir a ferida incurável que me assombra nesses dias e que mudou o rumo e o prumo de muita gente.

Tabatha era minha companheirinha de todas as horas, a mais parecida, que gostava de rock roll, guitarras, leitura, escritos e das motocicletas que faziam parte de nossos finais de semana, não me deixava sentir-me só e preenchia minha vida de vontades e força.

Os filhos crescem, se vão, a gente assiste sua formação, buscas, frustrações e realizações, nos ciclos programados por Deus e nas oportunidades que vamos ajudando a surgirem pra eles, nesse caso, quebrado, reconstruir esses desejos não tem sido fáceis.

Está interrupção de minha história e a vitimização de minha filha, depois daquele sofrimento inenarrável, me transformou, me tornei um homem mais introspectivo, discreto, receoso e observador, depois de carregar por anos a fio a culpa de meu erro involuntário é que me faz carregar a assolação das lembranças que se insurgem nessa época.

Deus sabe bem o quão batalho, corro atrás, me viro e foco na educação e formação dos meus filhos, ansiando vê-los felizes, realizados e assistidos, tenho isso como missão e faço de tudo para não fraquejar diante dos enormes obstáculos que a vida coloca em nossos caminhos, por isso não me permito fraquejar, mesmo que tristezas cheguem em momentos.

Me acostumei com a solidão do Natal e com o silêncio barulhento do ano novo, procuro essa semana, penitenciar-me e agradecer por ter conseguido chegar até aqui, mesmo que sem a minha princesa por perto nessa velhice que vai tomando conta de mim.

Sei que lá de cima, provavelmente sentada ao lado do Senhor, Tabatha me protege, acompanha e torce para que eu encontre a paz que ela sempre me transmitiu com seus sorrisos fartos, seus olhares cativantes e com seu inesquecível abraço de carinho.

Quanta saudades, elas vão ficando mais aceleradas.

Que o Natal e o ano novo festivo para todos, seja repleto de alegria, solidariedades, carinho e muito boas lembranças.

É o que desejo a todos os que de alguma forma fazem parte da minha vida.

Fico bem, esperançoso e agradecido a Deus por me permitir continuar e tentar fazer que os meus, sejam pessoas melhores, mais entusiasmadas e cheios de vida pra hoje e sempre.

Um ano novo de energias e paz para todos.

 

 

 

 

Por Halisson Lasmar, é jornalista, publicitário e analista político em Mato Grosso.

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