Palestras sobre violência doméstica em todo estado no Dia da Mulher

08/03/2010 20:14

A lei leva o nome da biofarmacêutica que lutou para ver seu agressor condenado

A violência contra a mulher é um dos temas que mais preocupam as mulheres. Uma pesquisa do Ibope e do Instituto Avon, realizada em 2009, TV Secom-MT
 
A Lei Maria da Penha é um marco na luta pelo direitos da mulher. A lei leva o nome da biofarmacêutica que lutou para ver seu agressor condenado

mostra que a violência doméstica é mais preocupante até mesmo que doenças como o aumento de Aids entre o sexo feminino e o câncer de mama e útero.

A violência de gênero é também uma das maiores preocupação do meio policial. Tanto que a Polícia Judiciária Civil abriu em doze municípios sede das Delegacias Regionais e em outras quatro cidades, Seções de Atendimento a Grupos Vulneráveis, compostos por mulheres, idosos, crianças/adolescentes e LGBT, chamados de SAMIC.

Neste 08 de março, Dia Internacional da Mulher, as Delegacias de Defesa da Mulher e os Samic, realizam uma série de palestras no interior do Estado, sobre violência doméstica e a Lei Maria da Penha. O objetivo é alertar uma parcela vulnerável da população, independente de terem sido vítimas ou não, de um crime cometido no ambiente familiar.

Conforme o diretor de interior, delegado Jales Batista da Silva, “um pontos é dar publicidade as cidades da instalação das Seções de proteção à mulher e informar à população desse tratamento diferenciado”, explicou.

No município de Campo Novo do Parecis, a delegada Cinthia Gomes da Rocha Cupido, falou da Lei da Maria da Penha, na Câmara dos Vereadores. Em Sapezal, um evento comemorativo foi realizado no sábado (06.03). A delegada Cinthia, titular da Delegacia Municipal de Sapezal e que responde por Brasnorte, disse que na região a realidade é um pouco diferente de outros locais.

Como Sapezal é um município que recebe muitos trabalhadores de outros Estados e as mulheres desses homens não têm meio de sobrevivência, quando há caso de violência doméstica, as vítimas até procuram a Delegacia, mas não querem que seus agressores sejam presos, explica a delegada Cinthia. “Elas não têm coragem de abandonar tudo, tem medo do que vão perder e de passar fome. Aí voltam para casa”, relata. “Falta mais conscientização das mulheres com relação à própria a vida, uma profissão para se garantir”, destaca.

Na Capital, as delegadas da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, estarão nos shopping’s Pantanal e Três Américas, para orientar e tirar dúvidas das mulheres sobre a Lei Maria da Penha e as medidas que podem tomar no caso de conhecerem alguém vítima de violência doméstica ou terem sofrido alguma agressão física ou psicologia. O evento é promovido pela Sala da Mulher, da Assembléia Legislativa de Mato Grosso.

Para a diretora geral adjunta da Polícia Civil, Thaís Camarinho, mesmo com todos os movimentos sociais, debates e difusões da Lei Maria da Penha, infelizmente a violência doméstica continua, porque independe do trabalho policial e precisa de mais atores sociais empenhados nessa luta. “Qualquer campanha de violência doméstica é importante porque é necessária a conscientização das pessoas. A Lei Maria da Penha veio para dar um tratamento diferenciado para as mulheres e elas precisam ser tratadas de forma diferente porque isso assegura os direitos delas e de sua família”, analisa.

A diretora Thais Camarinho acompanhou o evento promovido, na Praça Brasil, em Rondonópolis, pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, junto com a Prefeitura e as Polícias Civil e Militar. As delegadas Juliana Carla Buzeti, da Delegacia da Mulher e Adair Terezinha Pereira, da Base Comunitária, passaram orientações e distribuíram material informativo.

Delegacias da Mulher

No Brasil existem 450 Delegacias de Mulher e a maioria concentra-se nas grandes cidades. Em Mato Grosso, cinco Delegacias de Defesa da Mulher estão instaladas nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Rondonópolis e Barra do Garça. As delegacias são referências no atendimento às vítimas de agressões.

Para atender a demanda nos municípios onde não há Delegacias da Mulher, a Polícia Judiciária Civil implantou as Seções de Atendimento a Grupos Vulneráveis (mulher, idoso, criança/adolescente e GLBT).

Para denúncias de violência doméstica o número da Polícia Civil é o 197.

(Fonte: Secom)