Índios protestam contra construção de usina em MT

23/06/2010 17:27

Cerca de 300 índios da etnia enaewnê-nawê estão, desde segunda-feira (21), na cidade de Sapeza (480 km a Noroeste de Cuiabá) em protestos contra a construção de usinas na região do rio Juruena.

De acordo com as informações da polícia, os índios alegam que a área indígena dos enawenê-nawês será prejudicada com a construção da usina e querem uma compensação permanente das empresas licitadas para a construção. A informação é da TV Centro América (Globo/4).

Os índios estão concentrados no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) da cidade, armados e fazendo ameaças. A reclamação dos índios teve início com a construção da Usina Telegráfica, a primeira das nove usinas que estão em construção ou em fase de licitação na região.

O tenente Márcio Tadeu da Silva, da Polícia Militar, informou que a usina fica a cerca de 20 quilômetros de distância da área indígena dos enawenê-nawês. Mesmo assim, as empresas teriam entrado em um acordo financeiro com os indígenas no ano passado, no sentido de que as obras terminariam no fim deste ano.

Representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Mato Grosso, Ministério Público Federal, Casa Civil e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) já estão na cidade e discutem com os índios uma forma de resolver a situação.

A Funai propôs um novo estudo para verificar se esse impacto na área da construção das usinas existe ou não. Só que isso, de acordo com a própria Funai, demandaria pelo menos seis meses. Os índios não querem esperar. Eles temem que haja prejuízo na pesca do rio Juruena.

Para tentar entrar em um acordo, os empresários propuseram compensar os índios com alimentos, conforme a necessidade dos enawenê-nawês, até que o estudo fossem concluídos, para aí fazer um programa de compensação permanente.

O promotor de Justiça da cidade acusa a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de autorizar a construção das usinas de forma irregular, sem consultar a Funai, sem audiência pública e sem estudo de impacto ambiental. O secretário-adjunto da Sema, Salatiel Alves de Araújo, disse que tudo foi feito conforme a legislação.

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